Uso de agrotóxicos motiva seminário sobre educação ambiental

O uso desenfreado de agrotóxicos no Brasil causa consequências ambientais e impacta na saúde pública. Para discutir o problema e propor a educação ambiental como caminho para a promoção da qualidade de vida da população, a Coordenação de Extensão (Cdex), por meio do Programa de Direitos Humanos da PUC Goiás (PDH), promoveu na manhã desta terça-feira, 5 de abril, no Teatro PUC (Câmpus V), o Seminário Educação Ambiental e Segurança Alimentar, mobilizando docentes e estudantes vinculados à Escola de Direito, Negócios e Comunicação (EDNC), parceira da iniciativa.

Coordenadora do PDH, a profa. Núbia Simão alertou para a flexibilização legal que permite, cada vez mais, o uso de agrotóxicos no País. De forma analítica, ela trouxe pontos relevantes para o debate, entre eles, a superlotação dos hospitais que não têm capacidade para atender a população acometida por problemas de saúde.

“O uso de agrotóxicos contraria toda uma sistemática de saúde pública. Sua liberação piora, e muito, a imunidade das pessoas. Resolvemos conversar sobre a educação ambiental, pois é ela que pode transformar o consumo dos alimentos. Com isso, as pessoas podem ter uma percepção de que o agrotóxico é perigoso”, declarou.

Em consonância com esse pensamento, a docente do curso de Direito, Ana Maria Sousa Duarte, também integrante da Comissão Institucional da Campanha da Fraternidade na PUC, trouxe aspectos do texto-base da CF, que trazem um olhar para o ser humano de forma integral.

De olho nos problemas que devastam o Planeta, como a Guerra na Ucrânia e em outras partes do mundo, a recessão alimentar e os conflitos ideológicos e políticos, a docente informou que a instituição vai discutir todos os temas propostos pela Campanha da Fraternidade e, em um segundo momento, irá preparar um gesto solidário como forma de articular a reflexão com a ação.

“Neste momento de fragilidade, vamos levar esses debates junto aos alunos e fazer arrecadação de alimentos e brinquedos para distribuir para nossos funcionários terceirizados. Nada mais salutar do que arrumar primeiro a nossa casa para, depois, estendermos a iniciativa para nossa comunidade”, informou.

Pautas mundiais

Doutor em Direito Ambiental, o prof. José Antônio Tietzmann, alertou que a questão ambiental é uma necessidade que pauta as agendas globais de desenvolvimento. Ele também mencionou a colaboração da Igreja nessa discussão, por meio da encíclica Laudato Si, de autoria do papa Francisco, publicada em 2015, e da CF vigente da CNBB.

O docente do curso de Direito ainda ressaltou o entrelaçamento de esforços entre o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o lançamento de uma campanha através da plataforma de ação Laudato Si, que incentiva uma relação sustentável entre o ser humano e a Terra, considerando-a como a casa comum.

“Existe um projeto de lei que estava há muitos anos no Congresso Nacional, sem muito andamento e foi aprovado agora em regime de urgência na Câmara dos Deputados e encaminhado ao Senado Federal. É uma tramitação que começa a preocupar no sentido que traz uma série de retrocessos no que diz respeito à segurança que possamos ter de nos alimentar adequadamente. Há um afrouxamento em relação ao controle do uso dos agrotóxicos dos alimentos consumidos aqui”, alertou.