Universidade inaugura laboratórios no Câmpus II

A PUC Goiás inaugurou na manhã desta sexta-feira, 24, duas estruturas de suporte acadêmico e científico na Escola de Ciências Agrárias e Biológicas, situada no Câmpus II (Jardim Mariliza): os laboratórios de Reserva Técnica da Arqueologia e também o de Compostagem. O primeiro, sob a gestão do Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia (IGPA) é específico para graduação em Arqueologia e o segundo destinado às atividades da Escola e seus respectivos cursos, tais como Zootecnia, Biologia, Medicina Veterinária e Agronomia.

Vice-reitora da instituição, a profa. Olga Ronchi ressaltou a relevância das novas estruturas para o processo de ensino-aprendizagem. Ela lembrou que o curso de Arqueologia obteve nota máxima do MEC, em recente avaliação divulgada neste mês, fato que faz do curso uma referência nacional para a área, além de reunir um acervo de importância arqueológica, que está em processo de pesquisa e análise em sítios situados em Goiás e outros estados.

Quanto ao Laboratório de Compostagem, a gestora destacou a preocupação com a sustentabilidade: “são laboratórios que se propõem a trabalhar numa perspectiva alternativa no mercado do agronegócio, exatamente para fazer este contraponto com opções sustentáveis do ponto de vista ambiental”, avaliou a vice-reitora.

Reconhecimento nacional

Diretora do IGPA, a profa. Eliane Lopes informou que o laboratório é guardião de um acervo arqueológico da universidade: são cerca de 150 coleções, sendo que cada uma apresenta um número variado de vestígios. Em um único projeto do Instituto foram catalogadas mais de 20 mil peças majoritariamente oriundas de cerâmica e acervo lítico (rochas e minerais).

“Desde os anos 70 temos uma produção de material muito significativa e tudo isso é transformado em coleções arqueológicas abrigadas em nossos acervos. Elas subsidiam a pesquisa, além de ser alvo de uma demanda da sociedade civil interessada em conhecer o que é a Arqueologia”, declarou.

Todo o acervo mencionado advém de pesquisas de contrato e de produção científica do corpo docente. As práticas arqueológicas são realizadas em sítios in natura situados em Serranópolis, Palestina de Goiás, entre tantos outros municípios. Diante disso a diretora observa que esses fatores foram um diferencial que resultou na nota máxima avaliada pelo MEC.

“O aluno tem uma experiência prática quase única no Brasil. Além de ir a campo, o estudante vivencia práticas laboratoriais com docentes titulados que são os coordenadores das pesquisas arqueológicas. E muitos dos nossos alunos ganham prêmios internacionais, então o destaque surge com a infraestrutura e a interação com a pesquisa”, considerou.

A prática laboratorial do curso também ocorre na Área 2(Praça Universitária) onde também está abrigado o acervo e a sede do IGPA.

Tripé da universidade

O Instituto do Trópico Subúmido (ITS) acolhe os dois novos laboratórios do Câmpus II. O diretor do Instituto, José Rubens Pereira pontuou que a prática de compostagem está no Plano Diretor do ITS desde quando foi criado. Sendo assim as novas estruturas compõem o tripé da universidade – constituído pelo ensino, pesquisa e extensão.

A equipe trabalhou nos últimos anos para a integração da Escola de Ciências Agrárias e Biológicas no Câmpus II, fato que é resultado de um processo de pesquisa capitaneado pelos professores. Somadas a essas questões, a interação do ITS com a comunidade: “fazemos um trabalho há muito tempo dentro da compostagem, onde temos um acervo de plantas medicinais. Muitos idosos, por exemplo, vêm trazer o que eles têm em casa e tudo isso é catalogado. Então é um projeto que integra tudo o que a academia necessita e percebemos que vem trazendo grandes resultados”, afirmou.

Aproveitamento de material orgânico

Docente da Zootecnia, o prof Roberto Malheiros ressaltou que a compostagem funciona como um espaço para o aproveitamento de tudo aquilo que é orgânico e gerado na própria universidade. São oriundos de dejetos animais provenientes dos setores da Zootecnia, poda de grama, árvores e produto da varrição – todas as folhas e galhos levados ao laboratório onde é realizado o processo.

“O composto orgânico resultante da técnica pode ser usado na jardinagem e produção de mudas do ITS. Parte deste composto vai para outro espaço, que é a criação de minhocas- processo denominado de verme-compostagem”, detalhou. O composto é servido como alimento para as minhocas e, a partir deste momento, esses animais produzem o húmus, que é considerado o produto mais refinado da compostagem.

Com isso, de acordo com o docente, a universidade produz três produtos: o composto orgânico, a criação de minhocas, que são animais importantes em termos de alimentação de aves, além da produção da farinha de minhoca, que contém 72% de proteína pura.

“Além de ser um espaço de reciclagem de material, trazemos processos solidários de formação de hortas em escolas, abrigos e, também, recuperação de áreas degradadas”, enfatizou o professor.

Envolvimento acadêmico

O laboratório é acompanhado por estudantes do curso de Zootecnia, que monitoram os alunos calouros nos seus primeiros contatos com a prática da compostagem. “Nós temos um contato físico com a prática do curso, aprendemos a reaproveitar a matéria orgânica e tudo isso é uma grande conquista, somada a outros setores de produção já existentes no Câmpus, como a bovinocultura, criação de caprinos e ovinos, fábrica de ração, entre outros”, avaliou o estudante do 5º período do curso de Zootecnia, Mateus Neres.



Fotos: Weslley Cruz