Universidade debate violência contra a mulher no ambiente acadêmico

A cada três mulheres brasileiras, estima-se que uma já tenha sofrido violência física, sexual ou algum tipo de abuso. O número alarmante revela a necessidade da criação de debates e ações em diversos espaços, incluindo instituições educacionais. Para trazer a questão para universitários da PUC Goiás, o Programa Interdisciplinar da Mulher – Estudos e Pesquisas (Pimep), com o apoio da Escola de Ciências Sociais e da Saúde, realizou ontem, 28, uma oficina sobre a questão, com foco na realidade de estudantes de cursos de graduação e pós-graduação.

Para trabalhar o assunto, a universidade recebeu a coordenadora de projetos de enfrentamento à violência doméstica do Instituto Avon, Mafoane Odara. Ela apresentou a alunos e professores a pesquisa Violência contra a mulher no ambiente universitário, realizada pelo Instituto Avon em parceria com o Data Popular. “Tivemos notícias de muitos casos e, no ano passado, realizamos a pesquisa. Desde o lançamento, em 2015, tenho percorrido o Brasil para disseminar as informações que conseguimos”, afirma Mafoane.

Para o estudo, foram ouvidos mais de 1,8 mil universitários em todo o país, por meio de formulários on-line e grupos presenciais de discussão, além de entrevistas com especialistas. Dos participantes, 60% foram mulheres. Entre elas, 42% afirmaram já terem sentido medo de sofrer violência no ambiente universitário e 36% já deixaram de fazer alguma atividade por medo de sofrer violência.

Um dado que tem gerado espanto, segundo a coordenadora do Instituto, faz referência ao desconhecimento dos alunos sobre as formas de violência. De forma espontânea, 10% das mulheres relataram ter sofrido violência nas instituições de ensino, e apenas 2% dos homens responderam de forma espontânea já terem cometido algum ato de violência contra uma mulher no mesmo espaço. Quando estimulados com uma lista de violências possíveis, 67% das mulheres e 38% dos homens passaram a reconhecer a atitude.

Dentre as várias formas de violência, foram listados o assédio sexual, coerção, violência sexual, violência física, desqualificação intelectual e agressão moral ou psicológica.

 

Realidade local

Além do evento de apresentação da pesquisa, a PUC Goiás, por meio do Pimep, está, atualmente, desenvolvendo uma pesquisa interna. Ela deverá servir como base para ações nos próximos anos. Iniciado recentemente, o estudo deverá passar por diversos cursos da universidade, até o final do ano. “Estamos na fase da coleta de dados, neste semestre. Em 2017 teremos os primeiros resultados, que servirão para projetarmos ações, oficinas e debates”, frisou a coordenadora do Pimep, profa. Gabriella Assumpção Alvarenga. Somente na graduação, as mulheres representam 58% do número total de alunos.

Em todo o país, casos de violência contra a mulher podem ser denunciados em delegacias e, anonimamente, por telefone. Em Goiás, mais de 20 cidades possuem delegacias especializadas (DEAM), sendo duas em Goiânia. Com atendimento gratuito e 24 horas, incluindo finais de semana e feriados, a Central de Atendimento à Mulher é responsável por acolher e orientar mulheres em situação de violência. Para entrar em contato, ligue 180. O serviço é ligado à Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres.

Para ter acesso ao resumo completo da pesquisa do Instituto Avon / Datafolha, clique aqui.


Fotos: Ana Paula Abrão

PUC Goiás
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