Universidade discute 13 anos de Lei Maria da Penha

A Lei 11.340/06, conhecida como Maria da Penha, completou 13 anos no último dia 7 de agosto deste ano. Para celebrar esse marco, as conquistas e os desafios do presente e do futuro, tendo como pano de fundo essa norma que criou mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, a PUC Goiás recebeu nesta segunda-feira, 26, no Câmpus V (Jardim Goiás), representantes da Reitoria, poder legislativo, movimentos que lutam pela causa e, também, lideranças envolvidas nas ações de extensão: o Programa de Direitos Humanos (PDH) – promotor do evento- e o Programa Interdisciplinar da Mulher, Estudos e Pesquisas (Pimep).

Durante a última década, a norma passou por modificações que vão desde o atendimento às mulheres vítimas de violência até a tipificação do crime de descumprimento de medida protetiva. Durante o evento, a 3ª sargento da Polícia Militar, Andreia Silva, destacou a relevância da patrulha Maria da Penha, que faz com que as medidas protetivas à mulher sejam cumpridas. “Antes não existia a fiscalização mais de perto. Só o fato de os agressores saberem que a PM está fazendo visita assistida à vítima de violência doméstica, eles já sabem que realmente está sendo efetiva essa medida”, afirmou. Segundo a policial, a eficiência dessa ação já alcançou a marca de 95% em Goiânia e apenas 5 % dos casos têm exigido meios mais rígidos previstos na lei.

Uma das conquistas mais relevantes da legislação brasileira está na esfera da visibilidade social: a violência contra a mulher deixou de ser um problema pessoal da vítima e, nos tempos atuais, é pauta de toda a sociedade. “Quando fazemos um evento colocamos dados, estatísticas e apresentamos movimentos que lutam por melhorias. Dessa forma, as pessoas começam a perceber que muitas mulheres passam por isso. Precisamos nos reunir para que toda a sociedade veja que há um problema: não pode ser um diálogo só de quem luta por Direitos Humanos, tem que envolver toda a comunidade”, pontuou a coordenadora do PDH, profa. Núbia Simão.

O vereador Andrey Azeredo, coordenador da Campanha Não vai ter psiu, de valorização à mulher, também prestigiou o evento e fez uma reflexão sobre o papel da universidade ao propagar novas ideias e costumes, apontando avanços na legislação, nos últimos 13 anos. “A Lei Maria da Penha é um marco a um tipo de ação penal hoje, a qual a pessoa que agredir uma mulher tem um tratamento específico, com uma penalização mais severa. Além da penalização a vítima, ao denunciar, se sente mais segura e preservada”, pontuou.

Mesmo com todos os avanços na legislação, as estatísticas mostram os desafios pela frente. Segundo o Atlas da Violência, divulgado neste ano pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vinculado ao Ministério da Economia, de 2007 a 2017 houve um aumento de 17,1% no índice de violência doméstica cometida dentro de casa. No mesmo período, quase 30% das mulheres foram mortas por arma de fogo e 2017 foi o ano que registrou mais vítimas, sendo 13 por dia.

“Os dados aumentaram, mas isso não significa que a lei não tem cumprido seu papel. Ela suscita o debate e nos faz pensar em soluções. Agora a questão da violência é um problema social e todos nós da sociedade devemos nos envolver, de alguma maneira, para tentar combatê-la”, concluiu a docente do curso de Psicologia da PUC Goiás, profa. Gabriela Alvarenga.

PUC Goiás
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.