Técnicas que facilitam as decisões são partilhadas em aula inaugural da Unati

Ação permanente do Programa de Gerontologia Social (PGS), a Universidade Aberta à Terceira Idade (Unati) realizou sua aula inaugural na tarde desta quarta-feira, 1º, no auditório da Escola de Formação de Professores e Humanidades, com uma discussão sobre a importância das tomadas de decisões.

O assunto foi abordado pelo engenheiro civil e PhD em Geociências, Marcelo Sousa, que partilhou com os estudantes da Unati algumas ferramentas práticas que podem facilitar esse processo, além de ouvir a experiência dos 60+. Durante sua explanação, ele falou sobre os aspectos e armadilhas que dificultam os indivíduos a tomarem boas decisões.

“São pessoas que já tomaram muitas decisões, correram os riscos e é interessante discutir o processo de tomada de decisão, porque, muitas vezes, a gente acaba sofrendo mais do que precisa e toma decisões que não são tão boas. Como todos nós vamos continuar tomando decisões até o final da vida, devemos pensar como fazemos melhor, o que acaba sendo um processo em função da nossa própria personalidade”, refletiu o palestrante.

Coordenadora do PGS, a profa. Lisa Valéria informou que, neste semestre, a Unati ofertará uma disciplina inédita, chamada Justiça em roda. Fruto de uma parceria com a Escola de Direito, Negócios e Comunicação (EDNC), vários assuntos polêmicos da área do Direito do Idoso serão tratados com os alunos.

Um dos destaques é a disciplina Aplicativos para Celular, formada por muitos graduandos voluntários da PUC Goiás, que sempre lota, e outras on-line oferecidas em parceria com a Rede de Universidades de Sêniores (RUTIS), de Portugal.

Além das mencionadas, as disciplinas de 2023/1  abordam vários temas: comunicação não violenta, a filosofia como medicina da mente, como lidar com emoções e sentimentos, fotografia e idiomas (francês, espanhol e inglês).

Tempo para cuidar de si

Entre os estudantes 60+ que compareceram ao auditório, o que não falta é animação e energia para começar o semestre aprendendo coisas novas. A servidora pública federal aposentada Elenisia de Fátima Motta, 68 anos, frequenta a Unati há 8 anos e, desde então, acumula várias experiências. Ela já  estudou três idiomas (inglês, francês e espanhol), cursou uma disciplina sobre espiritualidade, conheceu o mundo das mídias sociais e aprendeu técnicas de fotografia.

“É uma forma de preencher o tempo, aprender alguma coisa e fazer novas amizades. Não gosto de arrumar casa e nem fazer nada disso”, disse a aluna, aos risos.

No meio das veteranas, uma dupla de amigas que frequentou o projeto antes da pandemia, retorna agora à Universidade, após o período de isolamento, com diversas reflexões sobre como o processo de envelhecimento traz uma nova oportunidade de lidar com o tempo. Agora, elas se sentem mais vivas como nunca e sempre buscam autonomia para fazer as tarefas do cotidiano.

“Gosto de estar aqui, de me comunicar com os outros, participar, aprender coisas novas, a gente sente que está viva. Não me sinto com a idade que eu tenho”, declarou Geones Costa de Araújo, 74 anos.

Com a mesma idade, Stela Veiga, que é professora aposentada, partilha da mesma visão que a amiga. Depois que ficaram viúvas, elas chegaram à conclusão que dedicaram suas vidas aos conjugues e aos filhos. Agora, na terceira idade, a virada na chave: chegou o momento de assumir o comando da própria vida. “O foco passa a ser a gente e os netos. Uma vida dedicada aos outros e agora estou descobrindo o que eu gosto. A gente sente a vontade de viver mais”, refletiu.

Fotos: Ana Paula Abrão