Tema da Campanha da Fraternidade 2023 é discutido em evento da ANEC

O dia ANEC (Associação Nacional de Educação Católica), realizado na manhã deste sábado, 28, destinou-se à discussão do tema da Campanha da Fraternidade 2023, Fraternidade e fome, por meio de uma mesa-redonda composta pelos professores da PUC Goiás, Romilson Martins Siqueira, Rosemary Francisca Neves Silva, Amanda Goulart de Oliveira Sousa, pela diretora da Câmara de Educação Básica da ANEC, Roberta Guedes, e pelo gerente de Ensino Superior da ANEC e coordenador de animação pastoral, Gregory Rial.

A oportunidade promoveu um espaço de formação e capacitação para os educadores que atuam no universo das instituições de educação católica do Estado de Goiás. Essa é a terceira edição da Campanha da Fraternidade que aborda o tema da fome, sendo a primeira ocorrida no ano de 1975, com o tema Fraternidade é repartir e a segunda, em 1985, com o tema Pão para quem tem fome.

A fome voltou a ser tema da Campanha da Fraternidade em razão do agravamento da insegurança alimentar e nutricional no contexto nacional, inclusive, com o retorno do Brasil para o mapa da fome em 2015, um ano depois de ter saído, segundo levantamento promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Neste contexto, a Campanha da Fraternidade 2023 está sendo articulada pela Igreja no Brasil como forma de contribuir no enfrentamento do flagelo da fome pela terceira vez. A campanha busca, portanto, incentivar as comunidades a assumir responsabilidades ante a situação da fome que persiste no Brasil, assim como Jesus fez.

Ao fazer uso da palavra, Gregory Rial destacou que as escolas e universidades católicas oportunizam o questionamento sobre as estruturas injustas do mundo e, com o conjunto dos valores apreendidos, aliados ao conhecimento científico e acadêmico, lutar e criar estratégias para vencer mazelas sociais como a fome e enxergar o próximo como um irmão, e não como um inimigo.

Já a diretora da Câmara de Educação Básica, Roberta Guedes, registrou que o Dia ANEC marca a educação católica em Goiás, visto que é nessa oportunidade que se dá início às atividades pedagógicas, pastorais e curriculares nas escolas e na universidade, com o objetivo de promover uma discussão sobre a Campanha da Fraternidade, especialmente, a importância de ser educador católico no espaço da educação básica e do ensino superior. “Precisamos ser promotores de paz, de justiça social. Precisamos combater a fome. Fome de justiça, fome alimentar, fome por uma sociedade fraterna e solidária. O papa nos convidou para um Pacto Educativo Global e isso é viver a Campanha da Fraternidade todos os dias. Todos os dias na escola, na sociedade, na nossa casa, na igreja. Essa é a importância de nós, educadores. Levar a palavra de Deus e a Campanha da Fraternidade em todos os espaços que estivermos”, reflete.

Em consonância com o discurso de Roberta, a professora Rosemary Francisca Neves Silva acrescentou que discutir a fome em 2023 é discutir a humanidade, a dignidade, a importância do ser humano e a Campanha da Fraternidade 2023 vem nos fazendo esse apelo junto com todos os documentos já trabalhados pelo papa Francisco relacionados ao cuidado com a vida. “A Campanha da Fraternidade deste ano nos conclama a atender às necessidades dos nossos irmãos, como fez Jesus. Ser cristão católico dentro de uma universidade católica, dentro de uma instituição de ensino católica é ter coragem de olhar para o outro e acolher nas mais diferentes fomes”, explica.

Por ser um tema extremamente amplo, também colaborou no debate a professora Amanda Goulart de Oliveira Sousa, doutoranda no curso de Nutrição. Lançando mão de seus conhecimentos profissionais, Amanda fez uma breve exposição sobre a necessidade de se considerar não só a importância do acesso ao alimento, mas também sua qualidade e quantidade na saúde dos indivíduos. “Nosso apelo não é só para matar a fome que dói, mas também alertar sobre a qualidade e quantidade do que se come. Considerando que hoje falamos para educadores de escolas infantis e até adolescentes, é importante que todos tenham consciência e noção do que é desperdício, uso sustentável da água, uso sustentável dos alimentos, qualidade da alimentação e, principalmente, atentar para o fato de que o próximo precisa não só dessa quantidade, mas também da qualidade”, enfatiza.

Também prestigiaram o evento diretores de escolas católicas de todo o Estado de Goiás e o professor Wolmir Amado, ex-reitor da PUC Goiás. A oração de encerramento foi feita pelo padre David Pereira de Jesus.