Símbolo de resistência, Quilombo Cultural tem apresentações e rodas de conversa

Rodas de conversa, apresentações culturais, visitas a exposições fotográficas e culinária africana marcaram a programação do Quilombo Cultural nesta quinta-feira, 24, primeiro dia da Jornada da Cidadania da PUC Goiás. O espaço faz parte da Estação Povos do Cerrado, no Memorial do Cerrado, e é organizado pelo gabinete da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Estudantis (Proex) da universidade com a colaboração do Programa de Estudos e Extensão Afro-brasileiro (Proafro).

A coordenadora do Proafro, profa. Rosemary Francisca Neves, explica que o quilombo é símbolo de resistência. “Aqui é um lugar de viver, onde os negros que antes eram escravizados tinham a liberdade de viver a sua identidade, e deixar que isso trouxesse uma espiritualidade, uma mística melhor”, ressalta.

Neste primeiro dia, foram realizadas oficinas de tranças e de abayomis – pequenas bonecas feitas de tranças ou nós, feitas pelas mães africanas para acalentar seus filhos durante as viagens de navios tumbeiros; além de brincadeiras afro-brasileiras, desenvolvidas por monitores.

No interior das cabanas, o público pode conferir exposições fotográficas.

No período da manhã, a profa. Marcilene Pelegrine Gomes, da Universidade Federal de Goiás (UFG), comandou a roda de conversa Diálogo entre mulheres negras: subjetividades e resistências. Já no período da tarde, o prof. Domingos Barbosa dos Santos, o Dumas, falou sobre a biblioteca afro como um projeto para a educação quilombola.

Mulheres negras

Ainda no período da manhã, um cortejo com saída do Lago do Memorial do Cerrado e chegada no Quilombo Cultural marcou o lançamento do Encontro Nacional de Mulheres Negras, que celebrará os 30 anos do movimento contemporâneo de mulheres negras. O evento ocorre em Goiânia, de 6 a 8 de dezembro, reunindo mil líderes.

“O cortejo foi liderado pela Rede Goiana de Mulheres Negras e acompanhado pelo terno de congo Catupé Dourado”, explica a profa. Janira Sodré, da Proex, que faz parte da Rede Goiana de Mulheres Negras, coordena o Núcleo de Estudos de Gênero, Raça e Africanidades do Instituto Federal de Goiás (IFG), onde também integra Comissão Permanente de Políticas de Igualdade Racial da instituição.

A Jornada

Com o envolvimento de toda a comunidade acadêmica – alunos, professores e funcionários administrativos – a PUC Goiás e seus parceiros vão receber o público até sábado, 26, e se mobilizar nas diversas Estações, além de participar ativamente da Feira da Solidariedade e dos Jogos Universitários. Confira a programação completa clicando aqui.

Histórico

Criada em 2005, como Semana de Cultura e Cidadania, as 12 primeiras edições de evento ocorreram na Área 1 da PUC Goiás, no Setor Leste Universitário. O formato foi ampliado e, em 2013, foi realizada a 1ª Jornada da Cidadania. A partir de 2015, em sua segunda edição, a ação comunitária passou a ser realizada do Câmpus II, no Jardim Mariliza.