Ribeirinha apresenta dissertação na universidade

Natural de Santarém (PA) e moradora do município de Itaituba, situado no estado paraense, a discente Raquel Peres Rocha apresentou na manhã desta quinta-feira, 8, na Sala de Defesas da Área 4, dissertação sobre o patrimônio cultural imaterial de Itaituba. A pesquisa, orientada pela docente Sibeli Aparecida Viana, foi aprovada com sucesso pela banca, é inédita e visa contribuir para a história do município. Os avaliadores do trabalho foram o professor Ricardo de Aguiar Pacheco, da Universidade Federal Rural de Pernambuco e a coordenadora do Mestrado em História da PUC Goiás, profa. Thaís Alves Marinho.

A mestranda iniciou os estudos sobre o assunto há uma década, ainda na graduação. No decorrer dos anos a pesquisadora, também docente da Faculdade de Itaituba, foi amadurecendo seus estudos acerca da preservação e da identidade, assim como o conceito de pertencimento, caminhos que permitiram uma revisão bibliográfica mais ampla sobre os aspectos geográficos e historiográficos da região onde vive.

“Me sinto na obrigação de registrar a história local, contada e vivenciada a partir das tradições culturais representadas na pesquisa pelos festivais elencados. Preservar os elementos culturais produzidos pelos itaitubenses, assim como os elementos naturais que estão à disposição na nossa floresta amazônica e que também fazem parte deste patrimônio cultural”, avaliou.

A pesquisa, que enfoca os festivais gastronômicos que acontecem no interior da Amazônia, aprofunda também nos mitos e lendas, de forma a chamar a atenção dos seus próprios alunos para a história local: é uma região rica na questão da cultura, culinária e origem étnica. É uma coisa que chama atenção na minha pesquisa para os jovens que estão vindo, já que a fonte é bem escassa, além de ser um trabalho escrito por quem vivencia aquela realidade”, argumenta.

Determinação

A distância não foi empecilho para Raquel desistir da caminhada. Para chegar à PUC, onde cursava as aulas do mestrado às segundas-feiras, ela gastava dois dias de viagem, utilizando barco, ônibus e avião até chegar à Goiânia. Filha legítima do interior paraense, descendente de nordestinos e indígenas, a professora precisou driblar as dificuldades cotidianas, conciliar os estudos com a vida familiar e o trabalho em Itaituba, em especial o cuidado com a filha, para ter um futuro melhor, ampliar a renda, além de contribuir socialmente com o seu trabalho.

“A Raquel é um exemplo de professora, que com muita determinação e comprometida com a ascensão social dessas populações fez um trabalho de referência para a comunidade. Ao mesmo tempo, fico feliz por essa ação social que a universidade se compromete”, afirmou a orientadora do trabalho, profa. Sibeli.

Fotos: Wagmar Alves