Reitor fala sobre desafios do “idoso do futuro” em aula inaugural

Centenas de alunos da Universidade Aberta à Terceira Idade (Unati) da PUC Goiás acompanharam atentamente na tarde desta segunda-feira, 12, a palestra ministrada pelo reitor da instituição, professor Wolmir Amado. Trazendo um paralelo de como os idosos eram vistos no passado e quais as tendências para as próximas décadas, o professor discutiu o tema O idoso do futuro, no Teatro PUC, no Câmpus V.

“Nós estamos assistindo a uma mudança no planeta que nenhuma geração anterior assistiu”, refletiu o reitor ao falar dos avanços da ciência e da tecnologia. Como consequência do rápido avanço, a humanidade passou por momentos de autodestruição constante, antes de chegar a uma conscientização sobre o papel do ser humano no planeta. Ao citar a crise ambiental prevista para o futuro, o reitor alertou: “(ela) atingirá a todos, mas existem tempos e idades mais suscetíveis”.

As constatações agradaram a quem pôde acompanhar. Foi o caso da aluna Cristina Guimarães Prinheiro, 60 anos, que está em seu segundo semestre na Unati. “É um tema riquíssimo, de forma bem explicada, diferente de como a gente costuma ver por aí, em problemas de televisão, geralmente”.

Expectativa de vida
Entre os apontamentos, o professor destacou já conhecida longevidade das populações em todo o mundo e suas implicações. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em relatório divulgado em maio, a expectativa de vida no Brasil chegou a 75 anos, de modo geral, e de 65,5 anos, quando falamos de expectativa de vida saudável. O número é crescente, o que significa que as pessoas têm vivido mais no Brasil e em diversos países.

“A tendência do corpo é caminhar para um declínio, mas o espirito não. Nós temos um crescimento interno ao longo da vida”, reiterou. Por isso mesmo, ele incentivou os alunos a participarem da Universidade Aberta e a convidarem seus pares. Mais uma vez, Cristina concordou na plateia. “Pretendo ficar durante o tempo que puder”.

Lutar contra a exclusão
Se no passado o idoso era visto como desatualizado e improdutivo, o futuro, com a nova expectativa de vida da população, reserva cada vez mais atuação em sociedade. “Conforme o passar do tempo, nós vamos tendo formas diferentes de ver a idade”, afirmou o professor. Segundo ele, o idoso do futuro caminha para uma maior integração com as novas tecnologias e foco na qualidade de vida, atingindo, assim, novas formas de convivência e formação permanente. “Até quando a gente pode aprender? Acho que todo mundo tem condição de aprender algo, dentro das suas limitações, claro, enquanto vida tiver”, defendeu.

Com bom humor, o professor Wolmir citou o exemplo da mãe, já com mais de 70 anos, que mudou a rotina após dominar o uso do computador e do smartphone. “Hoje, deve ter no mínimo umas 60 pessoas mantendo contato diariamente com ela. E se demorar mais de duas horas para responder ela reclama”, brincou.

O exemplo serviu para que o professor discutisse a exclusão na terceira idade. “Se mora sozinho, ou com um filho que trabalha durante todo o dia, vai ficar solitário em casa? Não”, exclamou.

Recepção
Antes da aula, os alunos foram recepcionados por gestores da universidade. “O tema inaugura, de certa forma, o nosso encontro científico, que discutirá, em dezembro, o idoso e a inclusão digital”, pontuou a coordenadora do Programa de Gerontologia Social, profa. Lisa Valéria Torres, ao agradecer o aceite do reitor. Ao falar sobre o projeto, o coordenador de Extensão da universidade, prof. Leônidas Albano da Silva Júnior, destacou a reestruturação das oficinas oferecidas este semestre, pensando o idoso na contemporaneidade.

“Essa universidade lhes recebe assim: com muito respeito, carinho e orgulho”, acrescentou a pró-reitora de Extensão e Apoio Estudantil (Proex), profa. Márcia de Alencar Santana. Ela também lembrou que a universidade se prepara para o aniversário de 60 anos de fundação, em 2019. “É a melhor idade, como conhecemos. É uma grande vitória”.

O projeto
A Unati, que integra o Programa de Gerontologia Social (PGS) da PUC Goiás, atende pessoas com 60 anos ou mais, promovendo oficinas gratuitas que estimulam a educação continuada dos idosos e discussões sobre saúde, bem-estar e cidadania. Semestralmente, são abertas vagas para pessoas de toda a comunidade.

Informações sobre as atividades da Unati, vagas futuras e outras ações do PGS podem ser obtidas pelo telefone: (62) 3946-1339.