Reflexão sobre a relevância de universidades na contemporaneidade abre 46ª Siap

Após a reunião de gestores na manhã desta terça-feira, 28, a universidade abriu a 46ª Semana de Integração e Planejamento (Siap) durante a noite no teatro do Centro de Convenções PUC, com a aula aberta O protagonismo do Ensino Superior na formação do amanhã, ministrada pelo professor dr. Waldemiro Gremski, reitor da PUCPR e presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub).

Professores de toda a universidade puderam participar do momento, que foi precedido por uma recepção da equipe de Reitoria. “A Siap é um jeito que a universidade encontrou, há 23 anos, de se pensar, se modelar, se referenciar, de não se fechar”, frisou o reitor. “Fomos sentindo que era importante a gente se encontrar. Esse aspecto do encontro é tão importante quanto o conteúdo”, completou, lembrando da intensa programação de formação continuada que envolve os docentes de todos os cursos de graduação antes do início do semestre letivo, na próxima segunda-feira, 3 de fevereiro.

Na plateia, os professores aparentam concordar com a dimensão dada ao evento, mesmo antes da fala do reitor existir publicamente na abertura do evento. “Acho a Siap um momento importante porque encontro professores de todas as outras escolas e posso conversar com gente que na correria do dia a dia eu não vejo. É também um importante local de aprendizado. Enquanto professores, estamos sempre nos renovando”, lembrou a professora Sandra Longhin, do curso de Química.

Além de reuniões de colegiado e da conferência de abertura, o evento congrega centenas de oficinas voltadas para atualizações nos mais diversos aspectos da carreira docente. Apesar da pluralidade de opções, o direcionamento é sempre o mesmo: a excelência no ensino para estudantes que estão acostumados a serem protagonistas de suas histórias. “É muito importante que todo professor esteja ciente e integrado à universidade. A Siap tem essa função de unir a nós todos em uma mesma perspectiva, um mesmo projeto”, considerou a pró-reitora de Graduação, professora Sonia Margarida Gomes Sousa.

O protagonista imprevisível

Compartilhando sua experiência enquanto reitor de uma das principais universidades comunitárias do país, o professor Waldemiro Gremski (PUCPR) procurou trazer algumas reflexões sobre o papel do professor e das instituições de ensino em um contexto cada vez mais complexo, de juventudes conectadas, imersas em tecnologia e com demandas e desejos muito próprios. “Os tempos previsíveis estão acabando. Mudança é efetivamente o que se espera”, enfatizou. “Temos que dar conta da transição de um mundo previsível para um mundo complexo, imprevisível como o que vivemos hoje”.

A imprevisibilidade que sugere parte da nossa realidade hiperconectada e difusa deste século, algo que rompe com a estabilidade conquistada nas sociedades de gerações passadas, onde os espaços do trabalho e da educação eram bem delimitados, e as instituições hierárquicas – como a universidade – lidavam com a formação da juventude a partir da figura do “mestre”, o professor protagonista. Agora, explica o palestrante, a complexidade de nossa sociedade força essa instituição e esse professor a pensarem em maneiras de cativar a atenção tão dispersa desse estudante, de forma com que a sua habilidade já existente de pesquisar e consumir conteúdo seja ampliada. A experiência, sobretudo, é personalizada.

Não existe modelo pronto para a universidade do futuro. A única certeza aparente neste início de século é que o estudante é o protagonista nesse novo processo que se forma. “Hoje temos o indivíduo empoderado. Se essas instituições não se adequarem, elas vão enfraquecer e até desaparecer. Elas perdem a relevância nesse contexto”.

Fotos: Ana Paula Abrão