Programa de Acessibilidade acolhe demanda de acadêmicos

O Programa de Acessibilidade, vinculado à Pró-Reitoria de Graduação da PUC Goiás, reuniu na manhã desta quinta-feira, 6, no Câmpus V da universidade, estudantes cadeirantes, cegos e com baixa visão, dos cursos de Direito e Jornalismo, para atender demandas dos acadêmicos, com o intuito de realizar adaptações pedagógicas e estruturais para qualificar o processo de ensino-aprendizagem dos alunos.

De acordo com a coordenadora do Programa, profa. Marília Rabelo, o Câmpus mencionado está em análise juntamente à equipe de Arquitetura da Divisão de Serviços Gerais (DSG), para algumas adequações físicas. “A ideia é escutar os meninos que vivenciam a realidade do acesso e da mobilidade, para que possamos adequar o espaço de acordo com as demandas deles. Queremos escutar, ver as barreiras enfrentadas, físicas e estruturais, para elaborarmos juntos um projeto”, pontuou a coordenadora. O arquiteto da DSG, Vinícius Marques de Paula, também esteve presente no encontro para dialogar com os acadêmicos.

Outro marco da reunião foi a entrega simbólica de um material em braile disponibilizado pela Fundação Dorina Nowill, organização filantrópica parceira do Programa, que atua na inclusão de pessoas com deficiência visual. Foram doados à biblioteca 18 exemplares de três gêneros literários e um software de gerenciamento de livros. O material foi checado pelo acadêmico João Cláudio Lopes da Silva, do curso de Direito.

“É de fundamental importância, porque uso 100% da minha audição para aprender. E com o material em braile podemos nos atualizar em relação às mudanças ortográficas. O curso que faço é bem pesado em relação à leitura e precisamos estudar sempre”, analisou o estudante. Ele enumerou algumas demandas que foram reivindicadas e, também, atendidas pela universidade em relação a acessibilidade dentro e nas proximidades do Câmpus V, fato que facilitou seu deslocamento no espaço.

O estudante, por iniciativa própria, também fez uma doação de livros em braile, oriundos da área do Direito, para a biblioteca do Câmpus V, de forma que outros acadêmicos possam ter acesso a essa literatura. “O braile é igual o Inglês, se não treinarmos a gente perde o que aprendeu. E, com certeza, estamos aqui para somar e não para diminuir”, refletiu o aluno, ao se referir à atitude de partilhar o conhecimento com os colegas do curso.

Atualmente, o Programa de Acessibilidade realiza um acompanhamento pedagógico de 285 estudantes da PUC Goiás, nas suas diversas necessidades educacionais. A previsão é que, no próximo semestre, a instituição receba um número ainda maior de estudantes cadeirantes, cegos e surdos. “Nós vivemos uma realidade que é crescente. Esses meninos estão chegando à universidade e precisamos estar prontos para recebê-los, garantindo a permanência e a aprendizagem deles”, complementou a profa. Marília.

Fotos: Wagmar Alves