Profissionais de Enfermagem são vacinados na universidade

Um dia histórico e que marca a vitória da ciência  e da pesquisa contra a Covid-19. O relógio marcava 5h50 quando a enfermeira Ana Paula Nápole, 38 anos, chegava, ansiosa, à PUC Goiás para receber a primeira dose da vacina de Oxford/AstraZeneca. Ela foi a primeira profissional de saúde a ser imunizada na instituição na manhã desta quarta-feira, 3, em ação que é fruto de uma parceria com a Secretaria de Saúde de Goiânia (SMS) e Conselho Regional de Enfermagem (Coren GO), dando sequência à vacinação dos profissionais que atuam na assistência à saúde na capital goiana.

“Vim cedo, cheguei junto com o pessoal da limpeza. Estou muito confiante e na esperança que vai dar tudo certo”, relatou a enfermeira,  que é auditora da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (CASSI) há 11 anos. Ela compõe o quórum dos  mais de 60 mil profissionais de Enfermagem cadastrados no Coren atualmente e residentes em Goiânia, que trabalham na área da assistência à saúde. De acordo com a SMS, foram disponibilizadas 52 mil doses para esse grupo prioritário e, até o momento, 33 mil já foram imunizados.  

Segundo o coordenador do Laboratório de Análises Clínicas da universidade, prof. Frank Sousa Castro, a PUC Goiás coloca à disposição todo o corpo docente e discente, além da sua infraestrutura, para ajudar a sociedade a superar este momento de pandemia. “A instituição mantém uma relação muito boa com as secretarias municipal e estadual da saúde e, logicamente, colocamos o conhecimento a serviço da vida. Pensamos e queremos cuidar da saúde das pessoas”, refletiu.

Desde às 9 horas e até às 20 horas desta quarta-feira, 3, até sexta-feira, 5, os profissionais registrados no Conselho de Enfermagem receberão a dose de imunização, na Área 1 da universidade, situada na Rua 235, 722, Setor Leste Universitário. Entre os pré-requisitos para ser vacinado(a) estão: não ter contraído Covid nos últimos 30 dias, não ter tomado nenhuma outra vacina em período anterior há 14 dias e não estar com doença ativa.

Os enfermeiros, técnicos e assistentes devem trazer à universidade carteira profissional, documento de identificação pessoal e, também, comprovante de vínculo com a empresa onde exerce o cargo de assistência à saúde. Os profissionais autônomos precisam, também, preencher um termo de responsabilidade, que ficará sujeito à fiscalização das autoridades competentes, para comprovar sua atuação na área. Vale destacar que estudantes/acadêmicos de Enfermagem não serão vacinados neste momento, já que as doses são limitadas.

De acordo com a professora Vanusa Claudete Usier Leite, coordenadora do curso de Enfermagem da instituição, que neste ano celebra 79 anos de história, essa parceria com o Coren e a SMS está sendo articulada há um mês. Mais de 100 alunos do curso de Enfermagem atuam como voluntários na imunização, na Área 1 e na sede do Cremego, até sexta-feira e o corpo docente e discente estará presente, também, na vacinação em massa, nos distritos sanitários.

Os estudantes participantes da iniciativa são oriundos do Internato. Lizandra Costa , acadêmica do 9º período, ressalta a importância deste momento para sua formação e também o impacto para a sociedade. “Acompanhar a chegada das vacinas é surreal. É a ciência contribuindo para diminuir a probabilidade das pessoas virem à óbito. Na universidade estudamos e sabemos como funciona a produção e validação das vacinas e sabemos o que esse momento significa”, pontua a aluna, que pretende atuar na atenção básica e na docência futuramente.

Entre os profissionais que receberam a vacina, o clima era de alegria e alívio. Muitos, inclusive, enlutados pela perda recente de entes queridos. A enfermeira Hevelyne Barros , que trabalha na Fundação Banco de Olhos , com a captação de córneas, sente-se, agora, mais protegida para exercer sua função e também lamenta a morte de um amigo, nesta madrugada, por complicações da Covid-19.

“A vacina é uma forma de proteção, mas precisamos reforçar os cuidados, porque perdemos muita gente para essa doença. Quando ela surgiu era tudo muito novo e mesmo com medo continuamos lutando, foi a profissão que escolhemos e fazemos tudo por amor”, declarou a enfermeira.

O superintendente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, Yves Mauro Fernandes Ternes afirma que a SMS assume o desafio de vacinar todo o município de Goiânia e a parceria com a PUC Goiás, que disponibiliza seu espaço físico e força de trabalho, será fundamental para cumprir essa meta. Ele informou que 50 hospitais da capital já receberam as vacinas e a previsão é dar início a vacinação dos idosos na próxima semana, na modalidade drive, também nos espaços da instituição.