Pesquisa identifica novas cepas do coronavírus em Goiás

Trabalho em parceria da PUC Goiás, Instituto Federal Goiano e a Universidade Federal de Goiás (UFG) iniciou o sequenciamento genético das primeiras amostras do coronavírus Sars-CoV-2 de pacientes goianos com o objetivo de identificar as variantes em circulação no estado. A pesquisa tem apoio da Secretaria Estadual de Saúde e da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia e será importante na criação de políticas para a contenção da pandemia do novo coronavírus.


A primeira etapa do trabalho identificou as variantes conhecidas como P.1. , originária de Manaus; P.2. do Rio de Janeiro e B.1.1.7 do Reino Unido em Goiânia e Anápolis. O sequenciamento genético foi feito em oito amostras nasofaríngeas coletadas em laboratórios para testes RT-PCR. O comunicado já foi feito às autoridades de saúde do Estado e dos municípios envolvidos para que sejam realizadas as ações de vigilância e tomadas as providências para o rastreio de contato, já que a presença de novas cepas aumenta a transmissibilidade.


Segundo a coordenadora da pesquisa, professora Mariana Pires Campos Telles, que coordena o curso de Biologia da PUC, 120 novas amostras selecionadas serão analisadas. Metade delas é de pacientes de Goiânia e a outra metade dos demais municípios do estado.
Mariana Telles ressalta que o sequenciamento de genomas é uma ferramenta importante no monitoramento da evolução do genoma do vírus e da sua dispersão em uma epidemia.Mudanças nos genomas dos vírus são comuns e previsíveis. Conforme ele se espalha e infecta novas pessoas, o vírus vai acumulando novas mutações, pois as cepas percorrem caminhos e ambientes diferentes. “Essas informações são importantes para possibilitar traçar a velocidade com que o vírus tem acumulado mutações ao longo do tempo e se modificado, a velocidade com que tem se espalhado, além de outras informações relevantes para as tomadas de decisão do poder público”, explica.


Os resultados serão encaminhados às secretarias para subsidiar o trabalho de combate à pandemia. O laboratório recebeu nos últimos dias as primeiras amostras selecionadas pela SES-GO e Secretaria Municipal de Saúde da capital. A previsão é que em 15 dias seja possível ter os primeiros resultados.


As primeiras amostras foram oferecidas pelos Laboratórios Laces/ICB/UFG (Análises Clínicas e Ensino em Saúde do Instituto de Ciências Biológicas da UFG) e DNAGyn/Biovida. Atualmente o projeto conta com uma parceria com a Secretaria Estadual de Saúde, com o Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen GO) e com a Secretaria Municipal de Goiânia Laboratório Saúde. Esses parceiros forneceram as próximas amostras que serão sequenciadas.


A pesquisa conta com fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg). O projeto é um dos selecionados em um chamamento feito pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Desenvolvimento e Inovação (Sedi) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) com o objetivo de identificar projetos de pesquisa e inovação em todas as áreas do conhecimento produzidas no Estado que pudessem contribuir para reduzir os impactos da pandemia de Covid-19. Esta iniciativa buscou direcionar os esforços e os recursos para a viabilização de ações estratégicas. Além disso, conta com o apoio financeiro, de recursos humanos e logístico do INCT EECBio (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Ecologia, Evolução e Conservação da Biodiversidade).