MAC abre exposição ‘ABC Confaloni’ obras, documentos e reproduções

Em uma parede branca, dois quadros: Santa Maria com o menino Jesus, na primeira obra pintada por Frei Nazareno Confaloni, em 1935, e uma mãe negra com seu filho, na última obra pintada pelo artista, em 1977, encontrada em tinta fresca em seu ateliê. A parede com as duas obras é apenas o começo da exposição ABC Confaloni – modernidade inaugural e outras obras, que ocupa todo o Museu de Arte Contemporânea (MAC), no Centro Cultural Oscar Niemeyer, com mais de 300 obras.

“É a maior exposição individual já feita em Goiás”, comemora Px silveira, idealizador da exposição e coordenador da Comissão de Registro e Comemorações Centenário de Nascimento Giuseppe Confaloni.

Realizada com o apoio da PUC Goiás e com patrocínio do Fundo de Arte e Cultura de Goiás e da Seneago, a exposição está aberta até o dia 25 de fevereiro de 2018, com entrada gratuita. A abertura oficial ocorreu na sexta-feira, 8, com a presença de autoridades, familiares, amigos, contemporâneos e artistas influenciados pelo principal nome do modernismo em Goiás.

“Ele foi a base, foi pioneiro nas artes plásticas em Goiás. Acho que por ser estrangeiro e sacerdote, fez o modernismo ser aceito em meio ao conservadorismo. Acho que essa é a maior exposição feita no nosso Estado e tavez a mais importante”, ressalta o artista plástico Amaury Menezes, grande amigo de Confaloni.

O começo de sua carreira é marcada pelos estudos com o frei na antiga Escola Goiana de Belas Artes, uma das instituições-base para a criação da PUC Goiás. “Graças ao Confaloni a criação da universidade foi possível. Ele foi fundamental”, lembra.

Um dos maiores nomes das artes plásticas em Goiás, Siron Franco também prestigiou a abertura. “É um querideo amigo. Estou muito feliz em ver Goiás colocando o Frei Confaloni em seu devido lugar”, afirma.

Centenário

O ano de 2017 foi marcado pela intensa comemoração do centenário de nascimento do Frei Confaloni em toda a cidade. Na PUC Goiás, as comemorações incluíram duas exposições: Centenário Confaloni, com parte do acervo do artista e religioso italiano, realizada no primeiro semestre, e Escola do Frei, realizada no segundo semestre com obras de 17 ex-alunos e seguidores do artista.

“É um dos idealizadores do curso que ajudou a formar nossa universidade”, lembra o reitor da universidade, professor Wolmir Amado. Sobre a exposição do MAC, faz questão de destacar que a iniciativa “está coroando o centenário”.

Vinda da Itália para acompanhar as comemorações e conhecer a terra que seu tio falava, Rossela Orsini se emocionou com a exposição. “Desde que cheguei senti de todos o mesmo calor, o mesmo afeto por ele e pelo legado que ele deixou”, destaca. Ela também convidou as autoridades a reunirem as obras em um museu dedicado ao frei, pedido que se tornará realidade em 2018, graças ao projeto do Museu Confaloni, na Cidade de Goiás – uma parceria entre a PUC Goiás e a Ordem Dominicana.

A exposição

Aberta ao público até o dia 25 de fevereiro de 2018, no MAC, traz mais de 300 obras e documentos do Frei Confaloni, algumas nunca expostas anteriormente.

Para isso, acervos da PUC Goiás, da Ordem Dominicana, da família e de colecionadores foram reunidos.

Confaloni é considerado o pai da Arte Moderna em Goiás. “Sua temática foi evoluindo com o tempo. Das Madonas para um caráter social muito grande, mirando nos pobres, nos mais desprovidos e, depois, humanizando as figuras santas”, explica Px Silveira. “O Confaloni é um tesouro enorme que temos (em Goiás)”.

Além das obras, o museu é todo ocupado por ampliações de pinturas selecionadas e por uma simulação, em tamanho real, de seu último ateliê.

Até o final da exposição, o MAC realizará também atividades culturais e de formação ligadas às obras e ao legado do Frei Confaloni. Toda a programação poderá ser acompanhada na página oficial do museu, disponível neste link.