I Seminário de História da África é aberto na universidade

Resultado de uma mobilização interinstitucional, o I Seminário de História da África e suas Diásporas foi aberto na manhã desta terça-feira, 12, no auditório da Escola de Formação de Professores e Humanidades (Área 6) e continua até o dia 15 de setembro, com atividades na PUC Goiás e UFG. O evento terá como desdobramento a criação do primeiro GT de História da África, da Associação Nacional de História, Seção Goiás (Anpuh-GO).

“Este seminário representa um esforço que os pesquisadores desta temática têm feito nos últimos anos em colocar a importância e o valor do conhecimento sobre a História da África no ensino da história”, afirmou a coordenadora do Mestrado em História da PUC Goiás, profa. Thaís Alves Marinho. O auge do evento será a conferência proferida pelo historiador congolês da Unesco, Elikia M´Bokolo, às 19h30, nesta terça-feira, no mesmo local. Ele é referência em estudos na perspectiva de gênero, negritude, africanidade e as diferentes identidades.

Docente da UEG e representante da Anpuh-GO, o prof. Euzébio Fernandes de Carvalho refletiu sobre os reflexos da diáspora africana na constituição populacional da América: “essa realidade é escamoteada e silenciada do tempo presente. Estudamos no passado a história dessas pessoas escravizadas, de forma a não incluí-las na nossa realidade. A importância de se criar um GT de História da África é para entender até que ponto essa população influencia na nossa organização social do presente, tendo em vista uma dimensão de futuro para superar problemas que a escravização trouxe, como por exemplo, o racismo”, declarou.

Além de dar visibilidade a essas questões, o Seminário visa dialogar com os participantes e afetar positivamente a forma de pensamento e práticas formativas do público ouvinte. Representante do Instituto Federal de Goiás no Seminário, a profa. Janira Sodré Miranda ressaltou a importância da rede de pesquisadores, professores e extensionistas tanto para as políticas acadêmicas em geral, como para as ações afirmativas das instituições de ensino superior em Goiás. Ela refletiu sobre o papel da educação em uma dimensão que vai além dos caminhos da razão, como sugere a promessa moderna.

“Penso numa educação afetiva que consegue, ao mesmo tempo, estabelecer uma identidade para quem é de origem negro-africana, mas também uma sensibilidade para outros se sentirem afetados pelo significado histórico, impacto e pela dor no modo de inclusão dos africanos na sociedade brasileira. A África não é apenas para os brasileiros de origem africana, é uma herança para todo nosso País”, instiga.

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