Governo de Goiás e FGB lançam edital para fortalecer cadeia produtiva de frutos do Cerrado

O Governo de Goiás, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), está com inscrições abertas para a Chamada 02/2023 – Produtos e Serviços da Natureza: Soluções para fortalecer as cadeias da sociobiodiversidade, uma iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza (FGB) em parceria com o governo goiano,  para fomentar o desenvolvimento de soluções práticas e inovadoras para desafios naturais voltados para o fortalecimento das cadeias produtivas de frutos nativos do Cerrado de Goiás.

A chamada será executada em duas etapas. Para esta primeira fase, as inscrições para a Chamada Teia de soluções já estão abertas e poderão ser feitas até o dia 2 de junho.  As iniciativas devem propor ideias de soluções práticas para o desafio lançado, de forma multidisciplinar e colaborativa. Ao final do processo, as duas fundações vão investir recursos no valor global de até R$ 1 milhão na chamada que visa buscar, selecionar e aprimorar soluções para a conservação da natureza, ampliando o impacto socioambiental positivo no Cerrado. Cada proponente poderá receber até R$ 150 mil para o desenvolvimento de seus projetos.

A participação é gratuita. A seleção das propostas para apoio financeiro segue em duas fases. A primeira seleciona as propostas que seguirão para uma etapa de detalhamento, na qual os proponentes poderão contar com mentorias para aprimorar o impacto de suas soluções. A segunda fase determina o apoio financeiro. Em ambas, as propostas são analisadas por especialistas e representantes indicados pelas instituições organizadoras. O resultado com as soluções selecionadas para o apoio será divulgado em outubro de 2023.

“Nosso objetivo é fomentar a busca por soluções que fortaleçam as cadeias dos produtos e serviços da sociobiodiversidade brasileira e, ao mesmo tempo, tragam melhorias para a conservação da natureza a partir das características do bioma Cerrado. Ao final do processo, as propostas mais consistentes e de maior impacto ambiental positivo devem receber apoio financeiro para serem colocadas em prática,” explica a gerente de Ciência e Conservação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Marion Silva.

Produtos da sociobiodiversidade são recursos e serviços oferecidos por comunidades locais a partir da natureza. São produtos nativos comercializados a partir de processos responsáveis e sustentáveis, sem  impacto negativo ao meio ambiente. Nesse contexto, tem-se o turismo de natureza, frutos, óleos, pesca artesanal, alimentos beneficiados, entre tantos outros.

Fortalecer as cadeias produtivas de frutos nativos, por meio da inovação e atuação de base comunitária, é o recorte do desafio lançado para o Cerrado de Goiás. “Segundo maior bioma brasileiro, o Cerrado apresenta grande diversidade de frutos com alto valor nutricional, como o baru, o pequi e o buriti. O fortalecimento dessas cadeias produtivas tem o potencial de aumentar o impacto positivo de conservação da natureza, a redução da pressão sobre espécies e habitats e a inclusão de acesso ao mercado pelas comunidades agroextrativistas”, frisa o presidente da Fapeg, Robson Domingos Vieira.

Frutos do Cerrado

Alguns mais conhecidos como o cajuzinho, o pequi, buriti, murici, mangaba, mama-cadela, baru; outros nem tanto como o umbu, o araticum, o bacuri, a cagaita, o bocaiuva, o licuri. É grande a diversidade de frutos do segundo maior bioma brasileiro, o Cerrado. São frutos que possuem alto valor nutricional, sabor e aroma característicos e que são desconhecidos muitas vezes pelos brasileiros ou, quando conhecem consomem in natura, no máximo como um doce ou picolé.

A iniciativa tem como objetivo buscar na ciência e na tecnologia soluções para explorar estes alimentos e a partir deles elaborar novos produtos com valor agregado, novas aplicações, caracterizar novos compostos bioativos, novas formas de armazenamento, e ao mesmo tempo, firmar parcerias e atuar em várias frentes para enfrentar o desafio de conservar a natureza, proteger o ecossistema, gerar o bem-estar social, gerar renda para a população, promover o fortalecimento da economia num propósito único onde a natureza é a base de tudo e onde o conhecimento científico é um importante aliado. Este é o foco da parceria entre as duas fundações.

Melhoramento genético dos frutos nativos para ganho de produtividade e qualidade; Métodos eficientes de propagação dos frutos; Fortalecimento de associações comunitárias para trabalhar a seleção de árvores matrizes e produção de mudas de boa qualidade; Técnicas de manejo do cultivo à colheita dos frutos; podem ser algumas das sugestões de propostas.

O presidente da Fapeg, Robson Domingos Vieira, ressalta que esta parceria alia toda a expertise da Fundação Grupo Boticário no trabalho de preservação de recursos naturais com a proposta da Fapeg de fortalecer as pesquisas em uma área de grande importância para o Estado de Goiás. Robson Vieira destaca, ainda, que “o trabalho propõe uma atuação em diferentes frentes, amplia a participação da sociedade na identificação de desafios e na busca por soluções, e pode, ainda, contribuir para subsidiar políticas públicas para a sustentabilidade financeira e conservação da natureza em Goiás”.

Sobre a Teia de soluções

Com o objetivo de estimular a cocriação de soluções inovadoras, replicáveis e escalonáveis para desafios ambientais contemporâneos, a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza lançou, em 2020, a Teia de Soluções, uma iniciativa que reúne diferentes processos de trabalho em rede para o desenvolvimento, aprimoração, mentoria e apoio técnico e financeiro de soluções aliadas à conservação da natureza brasileira. Dessa forma, a Fundação estimula a aproximação e a conexão de profissionais diversos de diferentes localidades.

Com 32 anos de história, a Fundação Grupo Boticário atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e em políticas públicas e apoia ações que aproximem diferentes atores e mecanismos em busca de soluções para os principais desafios ambientais, sociais e econômicos. Já apoiou cerca de 1.600 iniciativas em todos os biomas no país. Protege duas áreas de Mata Atlântica e Cerrado – os biomas mais ameaçados do Brasil –, somando 11 mil hectares, o equivalente a 70 Parques do Ibirapuera.

(Texto: Assessorias de Comunicação da FAPEG e da Fundação Grupo Boticário)