Evento discute diagnóstico da Síndrome de Down e Transtorno do Espectro Autista

A nutricionista e gerente comercial Lorena Braga descobriu durante a segunda gestação, quando esperava pelos gêmeos Igor e Daniel, que a filha Júlia, 4, tinha o Transtorno do Espectro Autista. O diagnóstico foi dado a uma mãe que não sentiu acolhida pelo profissional e, na sequência, se viu diante de uma “vitrine” de terapias sem esclarecimento sobre quais os desafios da primogênita.

Com 1 ano e meio, Júlia ainda não falava e tinha pouca interação social. Ao sair do consultório, Lorena e o marido começaram o desafio de criar um novo caminho para o desenvolvimento da filha, que incluí rotinas intensas de Fonoaudiologia, Psicologia e Terapia Ocupacional. A experiência se tornou ainda mais útil com a chegada dos filhos, que também estão dentro do espectro autista.

No primeiro diagnóstico, a família de Júlia não se sentiu amparada. Mas logo achou uma equipe multiprofissional, que hoje atende os três filhos. “Eu estava vivendo a alegria da gravidez e a maior tristeza com a descoberta do quadro da Júlia. Eu sempre esperei o melhor para ela, quando observei como ela não estava desenvolvendo a sociedade espera, senti muito medo. Mas ela precisava de estímulo, de amor. Fomos à luta”, explica Lorena, que no evento desta sexta-feira, 18, teve a alegria de ver a filha se apresentar para os convidados do Simpósio Multiprofissional, no Auditório da Área 4.

O evento é resultado da pesquisa realizada pela professora Juliana Hanum, coordenadora do Programa de Referência em Inclusão Social da PUC Goiás, Em entrevistas com famílias de crianças com Síndrome de Down e com Transtorno do Espectro Autista, ela identificou as dificuldades dos profissionais durante o diagnóstico. “Foi uma das maiores queixas dos familiares”.

O tema Trabalho Multiprofissional Frente ao Diagnóstico de Síndrome de Down e do Transtorno do Espectro Autista com a médica Ana Márcia Guimarães, o geneticista e professor da PUC Aparecido Divino da Cruz, a psicóloga Maria Paula Miranda Chaim, a fonoaudióloga Rawenna Domingues, advogada e professora Tatiana de Oliveira Takeda e a especialista do CRER, Monica Izabella Chagas Moreira.

No público, pais, profissionais e alunos da Saúde puderam ouvir sobre este grande momento na vida de várias famílias. “Precisamos falar sobre acolhimento”, afirmou a professora Juliana. Para a pró-reitora de Extensão e Apoio Estudantil, Márcia Alencar, a experiência acumulada no atendimento de crianças com Síndrome de Down, o projeto Alfadown, é um trabalho importante de inclusão e mostra um caminho. “Eles se sentem mais sujeitos para que possam viver socialmente com mais qualidade”. Ela afirmou que o seminário é um trabalho faz parte da natureza de promoção da inclusão.

Fotos: Weslley Cruz