Engenharia desenvolve projeto para leitura de ondas cerebrais

Realizada pelo curso de Engenharia de Controle e Automação da PUC Goiás, uma pesquisa que envolve o headset de eletroencefalograma MindWave e a plataforma open source Arduino tem alcançado bons resultados. Após a conclusão de seu primeiro período de testes, resultante na criação da solução MindControl, a pesquisa seguirá nos próximos semestres com a supervisão da professora Lucília Gomes de Oliveira e estagiários do curso. Atualmente, a pesquisa é realizada na Escola de Formação da Juventude, instituição instalada na região Leste de Goiânia e ligada à Pró-Reitoria de Extensão e Apoio Estudantil (Proex) da universidade.

“Se conseguirmos ler e interpretar os sinais, esse aparelho pode ser útil para captar e capturar percepções. Isso pode ter impacto até mesmo em questões de aprendizado, já que pode ajudar a manter o foco, ganhar tempo”, explica a professora. Ainda sobre a aplicabilidade, a pesquisadora ressalta que a combinação pode ser utilizada em diferentes áreas. “Agora que conseguimos fazer a comunicação, o que é possível fazer? São várias possibilidades. É possível aplicar na medicina, na indústria”, ressalta, demonstrando grande interesse em questões como a acessibilidade e o aprendizado.

Estagiário na primeira fase do projeto, Mateus Parreira, 21, enxerga nos desafios da pesquisa uma motivação. “Trabalhar com projeto de pesquisa é sempre inovador. Você passa por obstáculos, desafios, e enfrenta coisas que você nunca viu. É uma experiência muito gratificante perceber que no final está dando certo”. O jovem ainda lembra que resultaram do MindControl subprojetos que já começaram a ser apresentados para a comunidade externa. Além de citar os adolescentes da Escola de Formação da Juventude que, neste semestre, tiveram acesso a um módulo de informática avançada com o estudo do Arduino, desdobramentos da pesquisa também foram apresentados na Jornada da Cidadania, em maio. “O subprojeto foi chamado Projeto Foco, onde foi feito uma placa com alguns LEDs onde quanto maior a sua atenção, mais LEDs acendem”, explica.

Na sala de aula

Também participante do projeto de pesquisa, o monitor da Escola de Formação da Juventude e acadêmico de Engenharia de Controle e Automação Iris Ferreira de Freitas Filho, 22, foi um dos professores dos adolescentes matriculados no curso de informática avançada, compartilhando ensinamentos sobre a plataforma Arduino – utilizada no MindControl.

“Minha experiência foi bem gratificante porque nunca tinha atuado nessa área, foi um desafio para mim, tanto dando aula como na implementação desse projeto”, ressalta. Sobre o potencial da pesquisa, o jovem é enfático. “Acho que a Lucília, como supervisora, visou utilizar esse projeto em algo para a comunidade. Consequentemente, pode haver evoluções no futuro. Esse é só o começo”.

“Os alunos estão fazendo estágio numa pesquisa de certa forma inovadora, pela aplicabilidade”, destaca a supervisora. “Isso só seria possível com acadêmicos do curso”, conclui.

O Projeto Inclusão Digital, do qual os acadêmicos e a professora fazem parte, é uma iniciativa da Pró-Reitoria de Extensão e Apoio Estudantil (Proex) e da Escola de Ciências Exatas e da Computação (ECEC). Nele, monitores e estagiários atuam diretamente com a comunidade, compartilhando conhecimento sobre diferentes tecnologias com adolescentes e adultos atendidos pela Escola de Formação da Juventude, no Jardim Dom Fernando I.