Em nova exposição, universidade destaca legado do frei Confaloni

Figura fundamental para compreender a arte moderna no Centro-Oeste, o frei Nazareno Confaloni ganhou nova exposição na PUC Goiás. A mostra A Escola do Frei – Exposição de talentos despertados na EGBA (Escola Goiana de Belas Artes) foi aberta na noite desta quarta-feira, 27, na Galeria da Área 3 da universidade, dando sequência às comemorações do centenário do artista italiano radicado em Goiás e morto em 1977.

No primeiro semestre, outra exposição já havia reunido obras do religioso produzidas nas décadas entre as décadas de 1950 e 1970. Confaloni ajudou a criar a hoje Escola de Artes Arquitetura da universidade e também atuou nas origens da instituição, no final dos anos 1950.

Em A Escola do Frei, 17 artistas – ex-alunos e seguidores de Confaloni – expõe ao todo, 56 trabalhos, entre pinturas, desenhos, gravuras, esculturas e objetos.

O reitor da PUC Goiás, prof. Wolmir Amado, lembrou que Confaloni foi o pioneiro do curso de Belas Artes e formou um grande conjunto de artistas. “Hoje, estamos mostrando frutos de uma árvore frondosa, que lançou raízes da cultura deste Estado”, ressaltou.

Abertura da mostra na Galeria da Área 3 da PUC Goiás

A profa. Nancy de Melo Pereira, curadora da inciativa junto com a aluna de Design, Tainá Guimarães Coelho, explica que as obras expostas são oriundas do próprio acervo da Escola de Arquitetura e dos artistas, parte deles também colecionadores. “Eles consideram o frei como seu grande professor. A exposição é apenas um pequeno recorte entre os alunos e os professores da antiga EGBA”, explica.

Para Nancy, a mostra evidencia que Confaloni, com sua prática, conseguiu construir a profissão de artista. “Acredito que já existiam artistas em Goiás, mas, mesmo assim, a profissão de pintor [se formou], principalmente, com ele, que criou um quadro de pintores goianos. Existe uma continuidade da EGBA para o curso de Arquitetura [da PUC Goiás] e para esses artistas que estão expondo”, analisa.

O diretor da Escola de Artes e Arquitetura da PUC Goiás, prof. Marcelo Granato, enalteceu o trabalho de Confaloni, um religioso que se expressava por meio da arte. “Podemos ver nas obras do frei que a temática religiosa permanece nos seus trabalhos, ele é um testemunho da arte e da devoção religiosa”, avalia.

Inspiração e saudade

Com quadros e desenhos expostos, Evaristo Caetano lembra com carinho e saudade de Confaloni, de quem foi aluno na EGBA. “É uma noite de alegria e ao mesmo tempo de certa tristeza porque a gente lembra aquele passado maravilhoso que tivemos”, comentou.

Também ex-aluna de Confaloni, a profa. Virgínia Guimarães, da Escola de Arquitetura da PUC Goiás, recorda que deu suas primeiras pinceladas com o frei. Para ela, Confaloni tinha um jeito singular de ensinar, com “belíssimos traços”.  “Ele foi um professor fundamental na vida de ex-alunos de Arquitetura, dos grandes artistas que estão na exposição”, disse. “É um privilégio a escola ter nascido de alguém tão especial, único e sensível, como frei Confaloni”, contou, emocionada.

Programação

Iniciativa da PUC Goiás, da Arquidiocese de Goiânia, da Ordem dos Pregadores (Frades Dominicanos) e da Escola de Arquitetura da universidade, a mostra segue aberta até o dia 22 de novembro, das 9h às 12 horas e das 16h às 20 horas. O agendamento de visitas pelas escolas pode ser feito pelo telefone 3946-1361.

Confira os artistas cujos trabalhos fazem parte da mostra A Escola do Frei:

Alfredo Faria
Amaury Menezes
Ana Maria Pacheco
Cirineu de Almeira
Dek
DJ Oliveira (in memorian)
Elder Rocha Oliveira
Elyesser Szturm
Evaristo Caetano
Iza Costa
Laerte Araújo
Neusa Baiocchi
Roos
Sáida Cunha
Silvio Freitas
Siron Franco
Virgínia Guimarães

Fotos: Wagmar Alves
(Texto com a colaboração de Patrick Wallison, estagiário de Jornalismo da Dicom)