Aula magna com Laurent Troost é realizada com sucesso de público

O cuidado de trabalhar com a realidade local e integrar a arquitetura com a natureza é um traço identitário do arquiteto e urbanista belga atuante em Manaus (AM), Laurent Troost, cujo trabalho está sendo reconhecido em diversas premiações internacionais nos últimos anos.

Para partilhar as tendências do mundo do trabalho com os futuros profissionais da área, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU/GO), em parceria com a PUC Goiás, promoveu uma aula magna para dar destaque à trajetória de Laurent, na última quarta-feira, 29 de março, no Teatro PUC (Câmpus V).

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Evento tradicional na agenda do Conselho, a aula magna chegou a sua 20ª edição com sucesso de público. Diante do auditório lotado de estudantes e profissionais, o presidente do CAU/GO, Fernando Chapadeiro, deu as boas-vindas aos presentes e destacou que a troca de experiências entre acadêmicos e profissionais de renome visa a qualificação profissional, considerando que o estado goiano registra 500 arquitetos e urbanistas formados por ano.

Coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da instituição, prof. Frederico André Rabelo, explicou que a aula magna ocorre uma vez por semestre e, pelo segundo ano consecutivo, é sediada pela PUC.

O docente, que acompanha o trabalho de Laurent há algum tempo, citou algumas características visionárias dos seus projetos, que são adequados para a região amazônica, com clima quente e úmido. Outro ponto que chama atenção é que o palestrante atua fora do eixo Rio-São Paulo, experiência que sai do circuito convencional.

“É um evento fundamental para trazer os nomes que estão se destacando no cenário da arquitetura brasileira. O Laurent faz um projeto sensível e adequado às condições locais. Nossa arquitetura, principalmente, a da região tropical, quente e úmida, é de sombra, que é diametralmente oposta ao que acontece na Europa. Então, ele tem essa característica, de ser sensível às características geográficas, ao contexto, e consegue aplicar tudo com maestria”, apreciou o docente.

 

Impacto mínimo nos terrenos

Residente em Manaus (AM) desde 2008, Laurent é um profissional que se destaca em nível internacional por transformar desafios em oportunidades: a partir de estratégias arquitetônicas adequadas ao clima, ele projeta soluções que proporcionam um conforto ambiental.

Essa linha de trabalho foi partilhada durante sua explanação ao público. Em um dos primeiros slides, ele mostrou o primeiro projeto arquitetônico realizado em Manaus, cujo desafio era projetar uma casa térrea e manter toda a vegetação presente no terreno, sem derrubar uma árvore.

Empreendedor e sócio de dois escritórios sediados  na capital do Amazonas, que atende atualmente diversas cidades brasileiras, o arquiteto explicou que a essência do seu trabalho é dialogar com a realidade local. “Mesmo o menor dos projetos tem o papel de transformar o espaço público e eu sempre quis lidar com a natureza,  integrá-la com a obra”, pontuou.

Ele é responsável por concretizar diversos projetos renomados, entre eles, o Casarão da Inovação Cassina, que lhe rendeu o reconhecimento no Prêmio Oscar Niemeyer na 18ª Bienal Internacional de Arquitetura em Buenos Aires (2022).

O Casarão é um edifício de 125 anos, que foi revitalizado pelo arquiteto e atualmente funciona como um co-working. Preservando as características da edificação, ele mostrou como foi o desafio de fazer as adaptações necessárias para integrar a natureza ao espaço construído. Para isso, projetou um jardim tropical que cria seu próprio microclima, proporcionando ao visitante a sensação de conforto térmico e interação com a floresta amazônica.

Ao final da explanação, o público presente teve a oportunidade de tirar dúvidas com o profissional. O evento foi prestigiado pelos conselheiros do CAU/GO, docentes, além de arquitetos e urbanistas atuantes em Goiás.

A aula magna completa pode ser assistida neste link.

Fotos: Weslley Cruz