De mãos dadas com a comunidade

Tendo a extensão universitária como um de seus pilares, a PUC Goiás alcançou, com a última edição da Jornada da Cidadania, o seu recorde em um evento comunitário realizado pela instituição. Em entrevista exclusiva ao PUC Notícias, a pró-reitora de Extensão e Apoio Estudantil e coordenadora-geral do evento, professora Márcia de Alencar Santana, comenta os destaques da Jornada e reflete sobre os próximos passos.

A edição de 2017 superou as expectativas iniciais da organização. Ao que podemos creditar o sucesso do evento?

Primeiro, oferecemos atividades e serviços novos. Foram mais de 300 a mais em relação ao ano passado. Isso se deve a inovação constante que fazemos a cada ano. Também, em função do tema da Campanha da Fraternidade,  fizemos um esforço de intensificação de atividades no Memorial do Cerrado. Foram mais oficinas e mais atividades culturais. Ocorreram bem mais ações que não existiam antes, como as feiras de orgânicos e de artesanato, por exemplo.
Outra questão foi a realização dos shows da TV Aparecida, algo que nunca tivemos. E ainda o público dos Jogos, não só disputando, mas assistindo também foi muito grande. O evento nos surpreendeu de uma forma que nenhuma outra edição fez.

A universidade tem quase 25 mil alunos de graduação. Acredita que a adesão deles aumentou?

A Jornada teve alunos participando tanto como voluntários como frequentando minicursos. Tivemos mais que o dobro de minicursos do ano passado. Sobre os números, a Pró-Reitoria de Desenvolvimento Institucional (Prodin, responsável pelo registro de presença dos participantes) nos informou que mais de 19 mil alunos passaram pelo evento. Isso marca um envolvimento maior do nosso corpo discente. E o aluno, às vezes, não vai só. Ele leva a família, os amigos.

Professora Márcia de Alencar Santana, pró-reitoria de Extensão e Apoio Estudantil. Foto: Wagmar Alves

Com a divulgação dos números oficiais, chama a atenção a quantidade de atendimentos ligados à cultura e ao lazer. Acredita que esse seja um indicador para as próximas edições?

Estamos percebendo uma mudança no objetivo da busca da comunidade. Claro que ela vai atrás de serviços na área de saúde, dos serviços realizados por nossos parceiros, só que isso já é oferecido em outros espaços da cidade. Existem eventos que também oferecem esses serviços. Sentimos uma grande presença de pessoas nas nossas atividades lúdicas e culturais.
Isso é um indicador da ausência dessas opções na cidade, para essa população. O fato dessas famílias terem buscado essas atividades nessa proporção é algo que devemos nos atentar para os próximos eventos. Com certeza, vai demandar um novo planejamento.

Ainda sobre as próximas edições, existe a pressão para fazer algo ainda maior?

Não. Na verdade, nós é que nos pressionamos para fazer sempre mais e melhor. Só que existe um limite, um topo. Esse limite, para que possa ser superado, depende de apoio efetivo. Nós demos início a um evento que, em nível de grandeza, superou em muito os sonhos iniciais. Está chegando a um limite em que precisamos de parcerias mais efetivas, dos setores público e privado. O crescimento nesse atendimento à comunidade é uma vontade, um objetivo, faz parte da nossa identidade institucional.

PUC e Arquidiocese se uniram para a criação da Jornada como ela é hoje. Qual a vantagem desse vínculo para um evento desse porte?

Acho que a presença reforça o cunho social do evento, porque são justamente as obras sociais que capilarizam o nosso alcance à comunidade carente, que os nossos programas de extensão não alcançam. É também uma integração maior, na prática, entre a PUC e a sua mantenedora, além de reforçar o caráter católico da Jornada. Uma solidificação para os dois promotores do evento. É um envolvimento em que todos ganham.

Nesta edição, o evento também serviu como exemplo para instituições de Angola. Acredita que a Jornada é um modelo de sucesso?

Com certeza! Para instituições que têm como objetivo eventos que ajudam a comunidade carente, é um grande exemplo. Na Jornada da Cidadania, a comunidade interna toda trabalha para um público que geralmente não nos frequenta, não tem acesso a tudo que a universidade produz. É uma forma de dizer que não somos uma instituição de ensino superior isolada da comunidade. É um exemplo para instituições preocupadas com a justiça social.

A extensão universitária e o serviço à comunidade estão no DNA da nossa universidade. O que a Jornada da Cidadania representa?

Do ponto de vista da extensão, é o maior evento que temos. É a Pró-Reitoria de Extensão que coordena o evento porque são mais de 30 anos de atuação no atendimento à comunidade. Se hoje a área tem legitimidade, se dá conta de uma performance dessa grandeza, é devido a essa história. Nossos programas de extensão são reconhecidos, são legitimados nas comunidades em que estão inseridos.
É como se esse evento fosse a sintetização do nosso trabalho extensionista, porque toda a nossa extensão fica dentro da Jornada antes,  durante e depois. Conseguimos porque a nossa ação possui robustez para nos dar condições, inclusive técnicas, de realizar um evento assim.