Curso de Medicina lança projeto Comunidade Compassiva

Por definição acadêmica, cuidados paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento.

Neste sentido, foi lançado às 19h30 desta terça-feira, 16, no auditório 2, do Bloco B da Área 2 da PUC Goiás, o projeto Comunidade Compassiva em Goiânia, realizado pela Associação de Educação, Cultura e Cidadania (ADEC) em parceria com a Pontifícia Universidade de Goiás, com o objetivo de promover a organização de ações sociais sem fins lucrativos que reúnam pessoas interessadas em ajudar populações em vulnerabilidade e elegíveis aos cuidados paliativos.

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A iniciativa visa trazer a experiência e o sucesso das Comunidades Compassivas estabelecidas especialmente nas favelas da Rocinha e do Vidigal para Goiânia e possibilitar aos estudantes de diversos cursos de graduação e pós-graduação, notadamente da área da saúde, o desenvolvimento de competências sócio humanitárias por meio de ações comunitárias, com demais setores vocacionadas a cuidar.

O evento contou com apresentação da professora Érika Lara, médica de família e comunidade e paliativista. A professora elogiou a iniciativa idealizada e promovida no Rio de Janeiro pelo professor Alexandre da Cunha e destacou que o objetivo em Goiânia é alcançar resultados efetivos próximos aos vistos no Rio de Janeiro. “A nossa expectativa é trazer para Goiânia não só uma ação, mas uma filosofia de cuidar, uma ideologia, e eu acho que os cursos da saúde têm muito a contribuir. Nós que estamos na formação de acadêmicos e de futuros profissionais  temos essa responsabilidade de formar  pessoas com o olhar amplo para o humano, para além da doença dele. Essa é a proposta geral. Temos expectativas reais de tornar Goiânia um grande centro de Comunidade Compassiva”, enfatizou otimista.

Alexandre Silva, enfermeiro e professor dos cursos de Enfermagem e Medicina pela Universidade Federal de São João Del Rei, ao fazer uso da palavra, promoveu diversas reflexões sobre o papel do Estado na saúde pública, bem como trouxe à luz uma série de informações acerca da vida nas favelas, expondo as dificuldades dos moradores destes lugares de ter acesso à saúde primária, tão negligenciada, e que deixa essa população ainda mais vulnerável e à margem da sociedade.

Nesse contexto, Alexandre falou de forma científica (na ocasião da implantação do projeto no Rio de Janeiro, desenvolveu projeto de doutorado em cuidados paliativos, utilizando pesquisas quantitativa e qualitativa para amostragem) e manifestou apoio incondicional ao surgimento de mais Comunidades Compassivas no Brasil, por acreditar que, à exemplo do que aconteceu nas favelas do Vidigal e da Rocinha, elas tendem a replicar sucesso e atender cada vez mais a população vulnerável e necessitada de cuidados paliativos. “A essência dela é construir uma rede solidária de pessoas do próprio local, como ferramenta de mudança da sociedade, para poder fazer com que as pessoas daquele local, durante o curso de uma doença ameaçadora de vida ou no final de vida, tenham um cuidado mais apurado, efetivo e que ela não se sinta sozinha ou desamparada por uma doença ameaçadora ou no fim da vida”, destaca.

Os resultados vistos do Rio de Janeiro, onde o projeto teve início há 4 anos, são animadores.

Estiveram presentes na ocasião acadêmicos de diversos cursos, especialmente da área da saúde, e, ao final, após responder aos questionamentos dos presentes, os interessados em participar do programa puderam se cadastrar.

É possível acessar mais informações pelo Instagram @comunidade_compassiva.