Palestra foca em Inteligência Artificial aplicada à pesquisa científica

O Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu da PUC Goiás promoveu, nesta terça-feira (29), palestra com o tema Inteligência Artificial em Pesquisa Científica: aplicações em métodos qualitativos e quantitativos, voltado a estudantes dos cursos de Mestrado e Doutorado da universidade. A atividade foi realizada na Sala de Defesas, na Área 4, e contou com a presença do professor Ricardo Limongi França, da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Doutor em Administração pela EAESP/FGV com estágio doutoral na Cornell University (EUA), França é também pós-doutor em Economia Comportamental pela UnB e em Machine Learning aplicado ao Marketing pela UFRGS. Com uma trajetória acadêmica marcada pela interdisciplinaridade, ele destacou a necessidade de formar uma cultura crítica em torno do uso da inteligência artificial na pesquisa.
“Estamos num momento de criação de cultura de IA e todos nós somos responsáveis por como ela será aplicada em projetos e investigações científicas. A contribuição da pesquisa deve vir em primeiro lugar; a ferramenta usada é secundária”, explicou o professor.
Durante o encontro, Limongi discutiu o papel da IA como ferramenta de apoio e não como substituta do pesquisador, reforçando que sua aplicação precisa ser consciente, ética e, principalmente, transparente. “Grande parte dos dados relevantes hoje não estão em planilhas estruturadas, mas em conteúdos não estruturados como áudios, vídeos e mensagens. Saber coletar e analisar esses dados com rigor é essencial para garantir que os resultados possam ser reproduzidos por outros pesquisadores”, afirmou.
Ao final da palestra, o palestrante levantou um ponto importante: a necessidade de diretrizes institucionais sobre o uso da inteligência artificial nas universidades. “Essa regulamentação precisa ser construída em conjunto, envolvendo professores, estudantes e gestores. Não se trata de copiar normas europeias ou norte-americanas, mas de desenvolver políticas que façam sentido dentro da nossa realidade institucional e que possam ser revisadas constantemente, acompanhando a evolução acelerada dos algoritmos”, concluiu.
Fotos: Wagmar Alves
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