Construtora é campo de pesquisa para acadêmicos de engenharia

De um lado, está a academia produzindo conhecimento por meio de ensino e pesquisa; de outro estão as empresas, que vivem as pressões do mercado e precisam desenvolver estratégias e inovações em busca de perenidade. Duas realidades que caminham em paralelo e que, se interagirem melhor, podem gerar inovação e ganhos de eficiência.

Esse é o objetivo de uma parceria entre a Cinq Desenvolvimento Imobiliário e a Pontifícia Universidade Católica do Estado de Goiás (PUC Goiás), que assinam convênio inédito de cooperação de pesquisa em campo nesta sexta-feira, 24 de agosto, às 15 horas. A partir da parceria, os alunos da graduação poderão desenvolver pesquisas de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) nos canteiros e sede administrativa da empresa.

“Será a primeira vez que faremos uma formalização de uma parceria desta natureza, que é muito importante para que o estudante possa direcionar suas pesquisas para a realidade do que mercado, suas reais necessidades. Em contrapartida, os estudos ajudam a empresa a aprimorar sua técnica”, considera a coordenadora de TCC na Escola de Engenharia da PUC Goiás, Tatiana Jucá, que levantou temas de pesquisa que estão sendo demandados pela empresa como, por exemplo, novos materiais para asfalto e calçadas.

A partir desse semestre, cerca de cinco pesquisas já começarão a ser desenvolvidas pelos alunos, que irão escolher os temas para sua pesquisa em qualquer área de atuação da empresa, o que vai além de processos de planejamento e execução de obra. “Vamos incentivar a pesquisa em áreas do negócio, como a de legalização e desenvolvimento do empreendimento, a de estratégias comerciais, entre outras que nem sempre são disciplinas realizadas na universidade mas que são etapas imprescindíveis para um negócio”, diz o engenheiro Eduardo Oliveira, um dos diretores da empresa fundada em 2013, e que está trazendo novas alternativas em projetos de urbanismo.

Um exemplo são dos condomínios horizontais Parqville, os primeiros a serem implantados com 100% de acessibilidade no Brasil. A empresa também investe em missões técnicas no exterior, viagens para sua equipe conhecer a realidade urbanística de cidades, como Miami e Orlando, no estado de Flórida (EUA) nesse ano.

A duração da parceria será ininterrupta e a perspectiva da empresa é que o apoio à pesquisa seja ampliado para outras áreas de graduação. “Estamos abrindo as portas para ser um laboratório de pesquisa e implementação de novas ideias. Temos a inovação como um de nossos pilares e acreditamos que essa colaboração entre universidade e empresa é o caminho para desenvolvermos soluções para os desafios que nos chegam todos os dias”, salienta o engenheiro Eduardo Oliveira. Outro convênio que será assinado na sexta será o de vagas de estágio não obrigatório que a empresa também abrirá para os futuros engenheiros.

No Brasil, o investimento as empresas em pesquisa acadêmica vem crescendo nos últimos anos, mas ainda é considerado pequeno quando comparado aos países desenvolvidos. No ano de 2015, atingiu-se o patamar de R$ 38 bilhões, o que corresponde a 1,27% do PIB do Brasil. Nos EUA, essa relação é de 2,79 do PIB; na Alemanha, 2,87; no Japão, 3,49. Os dados foram divulgados pelo Estadão em março deste ano. Em Goiás, realidade de parcerias com empresas ainda é tímida.

 

(Texto: Comunicação sem Fronteiras)