Pesquisadores localizam fóssil que pode ter 12 mil anos

O fóssil encontrado nas escavações do sítio arqueológico de Serranópolis, onde pesquisadores da PUC e de mais sete instituições do Brasil e do exterior realizam escavações desde outubro de 2021, pode ser o mais antigo já encontrado no Centro-Oeste. Sua idade pode chegar a 12 mil anos. Isso porque amostras de carvão coletadas aos pés do esqueleto já foram analisadas e datadas com idade entre 11.930 e 11.756 anos. O carvão, possivelmente, fazia parte de uma fogueira, entre as várias já encontradas no local.

De acordo com o pesquisador do Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia (IGPA) da PUC Goiás, prof. Julio Cezar Rubin de Rubin, as escavações no local foram retomadas em 2021. No ano passado, já havia sido anunciada a localização de 10 crânios, algo inédito para a região.  Os achados ampliam a quantidade e a qualidade do trabalho em Serranópolis e das informações para a comunidade acadêmica. Rubin de Rubin frisa que o local conta com uma variedade de dados físicos e químicos muito grande, o que é de grande relevância para o estudo.

O fóssil anunciado agora foi localizado ao dar prosseguimento a uma escavação de 9 metros quadrados e cerca de 1,90 metro de profundidade. O esqueleto, que está preservado, foi encontrado entre outubro e novembro de 2022, mas a descoberta só foi anunciada agora, após sua exumação, em março deste ano.

Segundo explica, a análise da amostra de carvão encontrada aos pés do fóssil foi realizada em Miami (EUA). O próximo passo, agora, é fazer a datação do próprio fóssil, também em Miami, onde todos os outros materiais localizados foram analisados. Em Serranópolis, já foram encontrados diversos artefatos.

A pesquisa conta com a participação de 20 profissionais, do Brasil e do exterior, e mais 10 alunos de graduação da PUC Goiás, dos cursos de Arqueologia e Biologia. O trabalho, retomado após décadas, conta com financiamento do Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e da PUC Goiás.

Uma nova etapa de escavação, que deve durar 30 dias, já está programada para ocorrer entre agosto e setembro deste ano. “Ainda há muita coisa para ser feita, muitas análises”, frisa Rubin de Rubin.

O sítio arqueológico de Serranópolis é objeto de estudo de pesquisadores desde a década de 1970, quando os professores Pedro Ignácio Schimitz e Altair Sales Barbosa. Suas pesquisas continuaram até a década de 1990, chegando a pesquisar 33 sítios.