Memorial do Cerrado recebe visita inédita do prefeito de Goiânia

Um museu antropológico a céu aberto onde pulsa a origem do Cerrado e da cultura goiana. Além do seu significado científico e cultural, o Memorial do Cerrado da PUC Goiás desperta no visitante memórias diversas da infância, por abrigar cenários e espaços que fazem uma retrospectiva da história e dos costumes da vida rural.

Para conhecer as tradições goianas e o trabalho que a universidade desenvolve por meio do Instituto do Trópico Subúmido (ITS), o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, esteve no local pela primeira vez, na manhã desta sexta-feira, 25 de junho, acompanhado de sua equipe de secretários e acolhido pela reitora da universidade, Olga Ronchi, além de gestores e docentes do ITS, que conduziram a visita e partilharam informações sobre cada etapa.

O gestor municipal fez um percurso no Memorial, conhecendo as suas instalações, incluindo a vila cenográfica, fazendinha, aldeia Timbira, quilombo e trilha ecológica. Para ele, a experiência relembrou a sua infância.

“Fiz questão de visitar e conhecer o Memorial do Cerrado da PUC Goiás. Isso aqui é muito encantador. É uma relíquia, um tesouro que nós temos na nossa cidade de Goiânia. Fica aqui o nosso convite, para que logo passar a pandemia, tenho certeza que estará aberto para visitação. Aqui você conhecerá detalhes de como era a vida no passado. Eu voltarei aqui com minha família”, declarou o prefeito.

De acordo com a profa. Olga, a visita do gestor público é um presente para toda a instituição. “Ele tem um grande amor e apreço pela cidade, nós percebemos isso no entusiasmo que ele fala de Goiânia e também em todos os seus projetos. Fizemos questão que ele viesse conhecer o coração e a memória do Cerrado brasileiro”, pontuou.

A reitora também contextualizou a missão do Memorial do Cerrado, que é promover a preservação da memória cultural e antropológica dos povos que habitavam o bioma, antes da chegada dos brancos, através das bandeiras. O espaço resgata a memória indígena por meio da reprodução da Aldeia Timbira , típica desta região, e a memória da cultura africana, pelo cenário do Quilombo, fazendo historicamente uma alusão ao Período Colonial brasileiro.

“Com certeza, essa origem cultural é importante para o prefeito se apropriar dela e, com certeza, o futuro é brilhante quando a gente também conhece as origens, a história e a cultura de um povo”, refletiu a reitora.

Guarda e disponibilização do acervo

Muitos museus no mundo disponibilizam seu acervo para consulta pública nos meios digitais. É um movimento que garante a guarda das peças e também possibilita o acesso deste material à comunidade e pesquisadores.

Neste momento de pandemia, enquanto o Memorial não está aberto para visitação do público em geral, o Instituto do Trópico Subúmido (ITS), por meio de parcerias, promove a digitalização do seu acervo e, também, das peças que compõem o Museu Jesco Puttkamer, que estava situado no Setor Bueno e foi transferido para o Câmpus II. No caso deste museu especificamente, o intuito do projeto digital é, também, possibilitar o acesso do acervo às comunidades indígenas, já que abriga diversos objetos da sua cultura material, como as bonecas karajás, por exemplo.

“Com um acervo virtual, temos a garantia que, pelo menos naquele momento histórico e processo cultural, a peça foi registrada e guardada. Muitos museus fizeram este caminho de fazer visita virtual. A pesquisa tem que estar presente em um espaço como o nosso e isso vai facilitar bastante, é o primeiro passo”, explica a coordenadora acadêmica do Instituto, profa. Nicali Bleyer.

O projeto está na primeira etapa e, no momento, as peças do Museu Jesco estão sendo registradas pela equipe de Fotografia da Divisão de Comunicação Social (Dicom). Das 800 peças que compõem o acervo, mais de 300 já foram fotografadas.

Finalizada esta etapa, as próximas a serem fotografadas serão as peças de José Hidasi, compostas por animais raros. De acordo com o Nicali, o projeto é extenso e diversas etapas ainda estão por vir, como o livro de tombo virtual, que será criado e a construção da política de socialização do acervo.

(Fotos: Wagmar Alves)