Enfermagem divulga trabalhos dos Internatos 1 e 2

Muito mais do que o cuidado com o paciente, os profissionais da Enfermagem têm uma missão social no local onde atuam, trazendo colaborações que ultrapassam os limites dos hospitais e das unidades básicas de saúde.

Para divulgar os resultados das atividades acadêmicas realizadas durante 2022/1, o curso de Enfermagem da PUC Goiás promoveu na manhã desta quarta-feira, 15, a 7ª Mostra Científica do Internato I e 2ª Mostra Científica do Internato II, com a exposição de 23 trabalhos no turno matutino e 13 no turno noturno, no hall de entrada da Área 4 (Praça Universitária).

Neste ano, o evento apresentou uma novidade, pois as Mostras ocorreram de forma simultânea. É importante destacar que, durante o Internato 1, o estudante realiza suas práticas na atenção primária, nas unidades básicas de saúde e no Internato 2, fechando a caminhada acadêmica, os alunos realizam estágio nos hospitais de alta complexidade de Goiânia e região metropolitana.

A profa. Fernanda Guilarducci Pereira, da comissão organizadora do evento, explicou que, ao final do estágio, o aluno tem a oportunidade de observar as lacunas do serviço e, juntamente com a equipe profissional, escolher uma proposta de intervenção na saúde, seja na atenção primária, secundária ou terciária.

Dessa forma, os estudantes lançam as sementes para que as propostas sejam implantadas, trazendo melhorias para o campo de estágio. “Além de o aluno desenvolver a prática clínica dentro da unidade, trabalhamos a questão científica, pois não podemos esquecer que estamos dentro de uma academia. Seu relato de experiência é feito de acordo com as normas científicas e, ao final, fazemos premiação dos melhores trabalhos, que é uma forma de mostrar esse movimento que acontece dentro da unidade”, analisou a docente.

Alerta sobre violência sexual

Além de toda aprendizagem que fica marcada no currículo acadêmico, a experiência proporcionada pelo internato coloca os estudantes em contato com problemáticas sociais e, nesse sentido, sua formação pode contribuir para mudar realidades e transformar vidas.

Ao realizarem o Internato 1 na região Noroeste de Goiânia, as acadêmicas Maisa Soares, Maria Gabrielly , Ana Paula Gonçalves e Gabriela Nunes ficaram comovidas ao descobrirem casos de violência sexual contra crianças atendidas no seu campo de estágio, na maioria das vezes, praticadas por familiares.

O caso acendeu um alerta para fazer um trabalho educativo com a comunidade e, durante uma reunião das estudantes com profissionais e autoridades da saúde pública do município, surgiu a ideia de fazer uma proposta de intervenção em uma escola da região, chamada 18 de maio na escola: ação educativa sobre violência sexual. Essa data é alusiva ao Dia Nacional de Combate à Violência Sexual contra a Criança e o Adolescente.

“Diante de tantos casos que presenciamos a partir do momento da consulta, percebemos a necessidade de falarmos sobre essa temática e esclarecer todas essas dúvidas juntamente aos adolescentes de 12 a 14 anos. Esse acolhimento, essa assistência prestada é riquíssima, fizemos um trabalho de escuta ativa e também constatamos casos de violência contra mulheres”, relatou Maisa.

O trabalho realizado pelo grupo ganhou repercussão nas redes sociais e cinco denúncias foram realizadas pela comunidade, depois da intervenção acadêmica.

Comunicar notícias de forma humanizada

Se no Internato 1, o estudante participa de atividades na atenção Básica, o Internato 2 é o momento para fazer um ajuste final de tudo aquilo que o estudantes aprendem ao longo dos cinco anos de caminhada formativa. “É hora de aparar arestas, porque o estudante vai trabalhar. O Internato 2 é feito no terciário, na área curativa de atenção, onde tem a oportunidade de vivenciar tudo que ele não viu até então”, pontou a profa. Maria Madalena Lacerda da Silva.

Nesse contexto, os estudantes Samuel Silva, Caroline Silva e Geovana Martins (foto) puderam pautar no Internato 2 um assunto pouco investigado, porém muito importante para a área da Saúde, principalmente, em tempos de pandemia: a comunicação de más notícias de forma humanizada.

Essa proposta foi levada ao Hospital Santa Mônica, em Aparecida de Goiânia, e na ocasião eles puderam observar como óbitos e diagnósticos mais difíceis são comunicados pelos profissionais de saúde aos familiares.

“O profissional precisa de uma assistência adequada para falar sobre esses assuntos. É um momento delicado, que exige uma visão contextualizada daquele paciente e isso inclui perceber sua origem, classe social, religião e outros aspectos que precisam ser considerados ao dar a notícia”, constataram os estudantes.

Diferencial: empregabilidade

Apenas em 2021, o curso de Enfermagem da PUC realizou mais de 150 mil procedimentos na área de saúde pública. Os números comprovam o impacto do trabalho realizado e a alta empregabilidade do curso. Com isso, todos ganham: o estudante, que sai com uma formação qualificada; a comunidade que recebe o atendimento e os campos de estágio, que recrutam novos profissionais para somar ao trabalho realizado.

Coordenadora do curso de Enfermagem, a profa. Vanusa Claudete Usier contou que as Mostras fecham com chave de ouro a Semana Científica do curso, encerrando o semestre letivo. Ela destacou o reconhecimento das instituições, que contratam os estudantes para cargos efetivos. Em função do êxito no estágio, muitos estudantes antecipam a colação de grau e já saem da PUC inseridos no mercado de trabalho.

“Vemos que muitos alunos assumem a vaga de uma instituição e outros são convidados para ficarem nos hospitais onde eles estão. Isso é resultado de uma formação que começou no primeiro período , mostra a excelência e  o amadurecimento dos alunos, com a participação dos professores”, celebrou.

 

Fotos: Wagmar Alves 

Fotos: Wagmar Alves