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Pesquisas acadêmicas são reconhecidas em premiação

Os estudantes Rafael de Almeida Xavier, Laura Cristina de Souza e Flávia Carvalho Rodrigues têm muito em comum, além da escolha pelo curso de Fisioterapia. Os três acadêmicos da Iniciação Científica realizaram pesquisas na mesma linha, todavia com enfoques diferentes, sobre a qualidade de vida das mães das crianças que apresentam a Síndrome Congênita associada à infecção pelo vírus Zika (SCZ).  

As pesquisas, desenvolvidas entre agosto de 2020 e setembro deste ano, foram premiadas durante o 7º Congresso de Ciência, Tecnologia e Inovação (CCTI) da PUC Goiás, na categoria Iniciação Científica.

Neste ano, um acontecimento inédito pautou a premiação dos trabalhos científicos, que foi transmitida pelo canal da universidade no YouTube, na última sexta-feira, 22: Rafael e Laura ficaram empatados na primeira colocação e Flávia conquistou o terceiro lugar no pódio das pesquisas inscritas na área de IC.

“Fizemos uma pesquisa sobre as mães que foram acometidas pelo vírus Zika durante o primeiro trimestre de gestação e, com isso, as crianças acabaram desenvolvendo malformações, como a microcefalia e função motora grossa. Podemos mostrar que essas mães são acometidas em vários aspectos das suas vidas, seja na esfera social, financeira, entre outras”.

Laura, bolsista do CNPq, na modalidade PIBIC, explica o contexto do trabalho científico realizado na IC

Empatado no 1º lugar com a colega, o concluinte do curso Rafael sai da universidade com uma motivação a mais devido ao reconhecimento pelo trabalho realizado e a sensação de dever cumprido.

Ele investigou a correlação entre as habilidades funcionais da criança com a síndrome mencionada e, por meio da pesquisa, conseguiu observar que existe um elo entre a baixa qualidade de vida das mães e as habilidades funcionais das crianças.

Em função deste contexto, o formando ressalta que é necessário dar mais visibilidade às mães e famílias que enfrentam o problema, a partir de um olhar biopsicossocial, envolvendo o acompanhamento de equipes multidisciplinares.

 “Nós conseguimos perceber que a pessoa da família que mais se envolve no cuidado é a mãe. Com isso, a mulher deixa seu papel de mulher para se dedicar, exclusivamente, no cuidado do filho. É necessário que os membros da família estejam envolvidos neste processo de cuidado, para que a mulher tenha tempo pra ela mesma”, reflete.

Os trabalhos dos primeiros colocados foram orientados pela profa. dra. Cejane Oliveira Martins Prudente.

Pesquisa qualitativa

Já o trabalho de Flávia envolve uma pesquisa qualitativa sobre o impacto emocional, social e financeiro na vida das mães das crianças acometidas com a síndrome.

Sobrecarregadas até mesmo pela falta de participação dos pais no cuidado básico com os filhos, essas mulheres se afastam do trabalho e estudos, fato que tem como consequência uma diminuição da renda.

“Isso influencia no tratamento do filho. Sem dinheiro, elas têm que recorrer a benefícios do governo e são processos falhos, burocráticos. A questão da acessibilidade e transporte também interfere. Algumas mães, por exemplo, percorrem 250 km para chegar até a instituição onde a criança faz o tratamento”, relata a estudante. O trabalho foi orientado pela profa. dra. Maysa Ferreira Martins Ribeiro.

Conservação de espécies

A segunda colocação das pesquisas premiadas no âmbito da IC foi conquistada pela estudante do curso de licenciatura em Biologia, Isabelly Rodrigues Batista. Orientada pela profa. dra. Mariana Pires de Campos Telles, ela fez uma análise comparativa de genomas mitocondriais de quelônios no Brasil.

O estudo visa colaborar com os projetos de conservação ambiental, já que constam poucas informações genéticas nos bancos de dados sobre os grupos de quelônios (tartarugas) ameaçados pela caça e tráfico de animais no País.

“O objetivo é contribuir com esses projetos, buscando um levantamento do que temos de informações para as espécies de tartarugas aqui do Brasil”, explica a estudante.

Por ser sua primeira participação na IC, Isabelly já aprendeu muitas coisas que fazem toda diferença na sua vida acadêmica e pessoal. Agora, ela tem mais conhecimentos na área de Biologia Molecular.

“Por ser uma área que muitas pessoas não conhecem, acredito que seja um incentivo a mais pra gente continuar na área da pesquisa’, complementa.

Além das pesquisas produzidas na categoria de IC, o 7 º CCTI também reconheceu os trabalhos realizados nas categorias Temas livres e Trabalhos de conclusão de curso de graduação. Equipes vencedoras das olimpíadas e desafios lançados durante o Congresso também subiram ao palco para receberem seus certificados.

Conheça os contemplados e contempladas no vídeo abaixo:

Foto: Wagmar Alves